Pássaros
Quando a escuridão soturna
vai perdendo o galarim
e a alvorada sai da furna
entoando o seu clarim...
Quando o lindo sol nascente,
rubicundo em seu clarão,
faz brotar sonhos na mente
que escorriam pela mão...
Ouço - alegre - o canto belo
do choroso sabiá
perguntando em terno elo:
- Bardo tu te alegrará?
Todo pássaro contente
vai cantando co'o maestro,
um garboso, outro fremente
por estar do lado destro.
Como escama a punge sai
do meu peito dolorido
e aos pouquinhos, ela vai
para o Mundo Indefinido.
E eu me torno muito ledo
quando escuto tal louvor,
por saber que um homem quedo
vê as mãos do Criador.
Eles são anjos do céu
que ao Senhor sabem louvar
e nos tira do labéu
com minúcia singular.
11/10/2009 12h30
Cairo Pereira