Santa Ignorância
Meu sentir não vale nada,
meu viver é solidão...
Muito escura é minha estrada
e tão grande a depressão.
Já não tenho mais vontade
de lutar para viver
e nem ver a claridade
da ternura em outro ser.
Foi-se tudo na utopia
do meu siso de esperança!
Aqui dentro nada chia,
mas almeja à água mansa.
Mas não há ninguém no mundo
que pra mim tem paciência,
pois no fundo, lá no fundo
muito igual é da pungência.
Quem no mundo quer ser triste?
Todos querem alegria!
Mas letícia só existe
não sabendo a data e o dia.
Pena que eu tenho sabido
deste meu sentir profundo
e não fico confundido
ao ser sábio neste mundo.
Preferia mais tolice
do que ver o meu sofrer
e dizer na vã sandice
que feliz sou no viver.