Meu Coração e Eu
Coração que pulsa rígido
dentro do meu peito cálido
sofre só, tem rosto lívido
e um desejo muito ávido.
Ele quer sempre ser ático
e contorce todo o músculo
que dói tanto - é um fanático!
Quase chego ao meu crepúsculo!
Olha a Diva que é finíssima...
Minha mente fica incrédula!
Por saber que ela é lindíssima,
vale mais do que uma pérola...
Entre o vulto do pretérito
o meu medo flui dramático...
E a procura de ter mérito
vou à luta pra ser prático.
Mesmo preso e todo estático
sinto que estou pusilânime;
porem tudo que é lunático
fala o peito que - é equânime!
Aí viro a nova vítima
deste peito que é ridículo,
faz do rio onda marítima
mesmo dentro de um cubículo.
Então, corro e grito crédulo
no poder assaz bombástico
do alvo amor que tem o cérulo
paciente mais fantástico.