Dona Lídia

Ele não liga pra mim

apesar de sapiente,

não vê meu olho carmim

de chorar frequentemente.

Apesar de inteligente,

ter cultura e ser esteta,

conhecer tipo de gente

educada, de etiqueta...

Ele tem uma plaqueta:

frigidez – ser educado.

Vivo só neste planeta

e ele dorme do meu lado.

E eu procuro um ser alado

que me tenha por amante,

em meu pérfido e abalado

de cismar quase constante.

Minha carne que, perante o

cavalheiro mais ousado,

queima ao fogo delirante

e eu me perco neste estado.

Cometendo ao meu amado

o pecado da perfídia,

tendo todo o bem manchado:

o meu corpo – branca orquídea.

E eu não sei se sai na mídia,

mas eu minto pra valer.

O meu nome é Dona lídia;

este mundo é o meu viver.

03/07/2009 9h

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 12/07/2009
Código do texto: T1695422
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