BALHA-ME DEUS, SANT'ANTÓNIO!...
Há milagres, Santo António,
Mais balia num fazeres,
Atão num é q'o demónio
S'achegou sem tu saberes?...
Anaifou-se de donzela,
Até fingiu dar-me luta!,
E eu caí na esparrela,
Saíu-me foi uma bruxa*!
Quis conhecer minha eira,
Elogiou o meu malho,
Depois fez-se foi ronceira,
Quer na cama o almoço e o caldo*!
Foi logo arrastando a asa
(d'anjo torto, pois atão!),
Mas quem se queimou na brasa
Foi aqui este fulano*!
Primeiro fingiu deixar-me
Pôr-lhe cabresto e estaca,
Nos óspois quis comandar-me,
Bejam lá, que grande lata*!...
Ó meu rico Santantónio,
Demonico de mulher
Que me deste em matrimónio!...
Mais balia mandar-me... rezar*!
*(Perdoem-me as rimas tortas,
Qu'isto de rimar tem "quês",
Bou mas é tirar as botas
Que já me doem os pés!...)
Há milagres, Santo António,
Mais balia num fazeres,
Atão num é q'o demónio
S'achegou sem tu saberes?...
Anaifou-se de donzela,
Até fingiu dar-me luta!,
E eu caí na esparrela,
Saíu-me foi uma bruxa*!
Quis conhecer minha eira,
Elogiou o meu malho,
Depois fez-se foi ronceira,
Quer na cama o almoço e o caldo*!
Foi logo arrastando a asa
(d'anjo torto, pois atão!),
Mas quem se queimou na brasa
Foi aqui este fulano*!
Primeiro fingiu deixar-me
Pôr-lhe cabresto e estaca,
Nos óspois quis comandar-me,
Bejam lá, que grande lata*!...
Ó meu rico Santantónio,
Demonico de mulher
Que me deste em matrimónio!...
Mais balia mandar-me... rezar*!
*(Perdoem-me as rimas tortas,
Qu'isto de rimar tem "quês",
Bou mas é tirar as botas
Que já me doem os pés!...)