O MEU RIMANCEIRO * Caminheiro

Nesta minha condição

de estar-ser em movimento,

no bornal da solidão,

carrego, por alimento,

bagas rubras de medronho,

tontas de silvestre sonho.

Passam por mim, prazenteiros,

os eternos aprendizes,

sonhando-se feiticeiros

de perfumes e matizes,

atapetando as estradas

de falácias e outros nadas.

Condescendo, num sorriso,

responder-lhes aos acenos.

É linear o meu juízo:

desencontros de somenos

são hiatos na paisagem

de qualquer tempo em viagem.

José-Augusto de Carvalho

3 de Junho de 2009.

Viana de Fochem * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 03/06/2009
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T1630567
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