NAVIO
A noite avançava.
E a grande dança em espíral continuava.
Som e sombra, percorria as velhas sensações.
Encontrando o seu caminho.
À luz dos reflexos gélidos do sol.
Que se derretiam na erva da Primavera.
Encarnadas do Outono.
Andei às voltas durante mil anos.
E a letra de um cântigo ao sol.
Dos Indios navajos.
E o céu sussurrou-me as visões que ele trazia.
Sons, pequenos sons inintelígiveis.
Saiam da sua boca como fogo.
E por fím descobria o significado.
De todas as pequenas pegadas.
Em todas as praias desertas.
Por onde alguma vez caminhara.
E de todas as cargas secretas.
Levadas por navios de amor.
Que jamais haviam navegado.
E de todos os rostos velados.
Que a viram passar por ruas.
Sinuosas de crepusculares.
O amanhecer , ergueu-se.
A sua solidão desvaneceu-se finalmente.
Finalmente. Vinha de tão longe