Lavadeira pobrezinha
Que lavas roupa no rio
Com água pelo joelho
Mesmo tremendo de frio
Ai tantas rendas que passam
Pelos teus dedos de seda
E tu, lavadeira, nem botas
Nem lenço sobre a cabeça!
Quantas peças tinha o rol
Que recolheste à tardinha?
Cada peça a um vintém,
Lavadeira pobrezinha....
Coram anáguas tão ricas
Na erva verde da margem
Crias teus filhos das côdeas
Que sofres, mulher coragem!
Lavadeira da cidade
Bate bate que chaqualha
Muitos momentos que encalha
Se falta eletricidade.
Adílio dos Santos