Cego, Insano e Corno

Que tolice foi a minha

em pôr fé numa mulher

que jamais quis ter asinha,

coisa que o homem não quer.

Ela sempre quis voar

com seu próprio pé desnudo,

fez a terra virar mar

e depois inundou tudo.

Ela sempre me chamou

de paixão, de grande amor,

mas só que ela se enganou

porque nunca sentiu dor.

Foi num dia de verão

que ela me causou ferida

e partiu meu coração,

acabando minha vida.

Para eu crer num novo amor

solucei - tempo difícil -

Todo incrédulo e em pavor

que pra mim era infactível.

Mas aquela borboleta

que voava sem destino

com um toque na sineta

acordou o pobre menino.

Sua cor muito vivaz

deu pra mim um novo canto,

novo teto, nova paz,

ledo riso, ledo pranto.

Mas o Tempo nunca para!...

Corre sempre para frente,

a alegria também vara,

também passa o mais pungente...

E no cume da letícia

tive muita decepção

como foi minha estultícia

por não crer na traição.

E eu vivi com a perfídia,

coisa que o homem não quer,

ao cheirar dúlcida orquídea

e pôr fé numa mulher.

Sou agora um tafulão

cheio de mágoa e de dor,

com nefasto coração

por não crer no ledo amor.

Mênfis Silva

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 23/04/2009
Reeditado em 19/07/2010
Código do texto: T1555809
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