Imagem do Google
TEMPOS MUDERNOS
Minino me assustei
No mercado a passeá
Cos preço eu me espantei
Deu vontade dismaiá.
Bacaiau e carni seca
- Coisas do véio imborná -
Que usava lá na roça
Pra mordi me alimentá.
Agora é comida chique
Só de rabo di óio vi
Pois me deu o tar chilique
E no chão quasi caí.
Mi alembrei lá do mato
Inté das carça rancheira
Chamada hoje de jins
O preço num é brincadeira.
Tempo e comida insonsa
Desapetece e envelhece
O que era coisa nossa
Vira moda e encarece.
Uma generosa e bela interação da poetisa Milla Pereira:
Mai, minina, ocê num sabi
Qui as coisa no mercado
Num tem dinhêro qui cabi
Leva inté nossus trocado?
O côco qui vem do Norti
A galinha do quintá
Tão pela hora da morti
I nóis num podi comprá.
Inté a nossa banana
Uma fruta brasilêra
Temo qui tê munta grana
Pra si fazê uma fêra!
Pricisâmu trabaiá
Pralimentá nossus fio
Óia, te digo, num dá
Tô perdênu meu pavio!
*
TEMPOS MUDERNOS
Minino me assustei
No mercado a passeá
Cos preço eu me espantei
Deu vontade dismaiá.
Bacaiau e carni seca
- Coisas do véio imborná -
Que usava lá na roça
Pra mordi me alimentá.
Agora é comida chique
Só de rabo di óio vi
Pois me deu o tar chilique
E no chão quasi caí.
Mi alembrei lá do mato
Inté das carça rancheira
Chamada hoje de jins
O preço num é brincadeira.
Tempo e comida insonsa
Desapetece e envelhece
O que era coisa nossa
Vira moda e encarece.
Uma generosa e bela interação da poetisa Milla Pereira:
Mai, minina, ocê num sabi
Qui as coisa no mercado
Num tem dinhêro qui cabi
Leva inté nossus trocado?
O côco qui vem do Norti
A galinha do quintá
Tão pela hora da morti
I nóis num podi comprá.
Inté a nossa banana
Uma fruta brasilêra
Temo qui tê munta grana
Pra si fazê uma fêra!
Pricisâmu trabaiá
Pralimentá nossus fio
Óia, te digo, num dá
Tô perdênu meu pavio!
*