SE TEM QUE...

Quando estou com saudade

E o coração saltita no peito,

É a falta da minha cara-metade

Que deixou vazio, seu lugar no leito...

Para a solidão que o meu ser invade

Arrumei remédio e já dei um jeito,

Pego meu carro, me vou pra cidade

E todas que me oferecem eu bebo...

Minha mãe me diz, não sou de maternidade,

Sou de parto normal, mamei nos seios,

Talvêz, seja, então, por esse enclave,

Qualquer leite-moça não saboreio...

Na escola fui personalidade,

Por ser aluno déz, não perdia recreio,

Sempre atento era, à deveres de classe,

Do que aprendi, ao mundo mensageio...

Se tem que aceitar o disfarce,

A vida é dura, eu não molengueio,

E, pra quem amolece, na sua base,

A tal de crise existe, entrelinhas, entremeio...

Pra desbaratar algum disparate

De ofensas morais, o que muito receio,

Mostro minha riqueza de caráter,

De cara feia, pois, que, não tenho medo...

Josea de Paula
Enviado por Josea de Paula em 12/03/2009
Código do texto: T1483345
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.