SE TEM QUE...
Quando estou com saudade
E o coração saltita no peito,
É a falta da minha cara-metade
Que deixou vazio, seu lugar no leito...
Para a solidão que o meu ser invade
Arrumei remédio e já dei um jeito,
Pego meu carro, me vou pra cidade
E todas que me oferecem eu bebo...
Minha mãe me diz, não sou de maternidade,
Sou de parto normal, mamei nos seios,
Talvêz, seja, então, por esse enclave,
Qualquer leite-moça não saboreio...
Na escola fui personalidade,
Por ser aluno déz, não perdia recreio,
Sempre atento era, à deveres de classe,
Do que aprendi, ao mundo mensageio...
Se tem que aceitar o disfarce,
A vida é dura, eu não molengueio,
E, pra quem amolece, na sua base,
A tal de crise existe, entrelinhas, entremeio...
Pra desbaratar algum disparate
De ofensas morais, o que muito receio,
Mostro minha riqueza de caráter,
De cara feia, pois, que, não tenho medo...