Devora o mar em turbilhão
o silêncio apaixonado,
e dele brota um coração
que grita desesperado
Que grita desesperado
nas brumas da escuridão
posto que abandonado
e relegado à solidão
E relegado à solidão
porque nunca foi amado,
entregando-se à ilusão
o pobre ser tão magoado
O pobre ser tão magoado
desprovido de razão,
ao desvario legado,
no mar virou um furacão
No mar virou um furacão,
tonto, desmiolado
por causa da desilusão
pos-se tenso, abalado
Pos-se tenso, abalado,
ficando sem comunhão,
por seu amor congelado
perdido em aflição
Perdido em aflição,
na tristeza enfiado,
rendeu-se à destruição
nesse mar encapelado
Nesse mar encapelado
lembrou-se da triste canção
que o tinha maltratado
nos toques do seu refrão
Nos toques do seu refrão,
pobrezinho tresloucado,
não tinha outra reação:
tornou-se endiabrado.
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