Trovinhas
(autora: Odaléa Orzenn Mattozo – 1939 – 1982)
Cada trovinha que eu faço
Quero que sintas ao lê-la,
Que o céu te manda um abraço
E um beijo puro de estrela.
O Cristo não é um amigo
Que espera no fim da estrada;
Ele está sempre contigo
Ao longo da caminhada.
O mundo é um dom reluzente
Do céu para os olhos teus;
Tu deves ser um presente
P’ra os olhos puros de Deus.
É muito fácil trazer
Um santo de ouro ao pescoço
O difícil mesmo é ser
Um santo de carne e osso.
A noite é um campo plantado
Pelas mãos do meu amigo
Que semeou lado a lado,
Estrelas em vez de trigo.
Não sou tão pequeno...e penso
Que o céu vai dar-me razão;
Pois Deus infinito, imenso,
Cabe no meu coração.
Somente subindo aos céus
Posso ver o mundo imenso;
Mas para atingir meu Deus
Só fecho os olhos e penso!
Não temas o mar que estronda;
Com Cristo vences o mundo!
Com Ele estarás “na onda”
Sem ter medo de ir ao fundo.
Toda beleza me anima
A esperar o bem que almejo
E o bem que vejo me ensina
A crer no Deus que não vejo.
Cristo teve o peito aberto
Por duro golpe de lança
Para ser, no meu deserto,
Fonte de amor e esperança.
As estrelas nos espaços
E as flores com seu carinho
São simples marcas dos passos
Que Deus deixa em seu caminho.
Às vezes, em horas calmas
Pensando no bem, no mal,
Eu vejo que só nas almas
Germina a flor essencial.
A cor, o perfume passa,
Caem pétalas no chão...
É lá dentro que está a graça,
Quem floresce é o coração.
Mulher... Flor... Páreo perfeito;
Na beleza são iguais,
Mas também qualquer defeito
Nas duas se nota mais.
Na flor mais linda e modesta
É o coração que tem tudo;
O amor faz a sua festa
Co’a graça do conteúdo.
Há tanto brilho no céu
E, aqui em baixo, tanta cor...
Como pode haver ateu,
Se existe a estrela e a flor?
Deus fez a flor com seu punho
Do jeito que se requer;
Foi só treino, foi rascunho
Para fazer a mulher.
Sem frutos, flor e mulher
São uma dupla perfeita:
Uma e outra, onde estiver,
Nada faz, somente enfeita.
Pé de coelho a sorte agoura?
É disso que eu acho graça!
Então coelho acha cenoura
Em cada moita que passa?
Todo adeus supõe ausências
Que são sempre dolorosas...
Pequeninas reticências
Que são três botões de rosas.
Tem destino garantido
Quem derruba seu irmão:
Tropeça no irmão caído
E vai também para o chão.
Se para coisa importante
Não tem tempo – diz alguém –
Já está julgado o tratante:
É preguiça que ele tem.
Matar saudade... E tem jeito?
A danada e resistente:
Com dor na alma e no peito
É ela quem mata a gente.
Se quiseres ter colheita,
Entrega a semente ao chão;
Se desejas paz perfeita,
Doa a vida e o coração.
Faltam-nos bens celestiais
E nos sobram bens terrenos:
Quando possuímos demais
É porque damos de menos.
Sê constante, persistente
E trabalha com afã;
O esforço do teu presente
Vai florescer amanhã.
Felicidade é como água
Que quaisquer formas aceita;
Ela entra rindo na mágoa
E até nas dores se ajeita.
A noite, por mais escura,
Volta sempre à luz do dia;
Toda tristeza e amargura
No céu vai ser alegria.
Há nuvens no céu da vida.
Nem sempre o sol aparece...
Mas, sem nuvens não há chuva
E sem chuva a flor não cresce.
Ergue tua vida ao ar,
Como no céu uma estrela,
Se acesa, pra alumiar,
Se não... Pra Deus acendê-la.
Algum problema na vida
Sempre traz preocupação,
Mas um sorriso nos lábios
Já é meia solução.
Parece que Deus, ao por
A rosa em caule de espinho,
Só quis mostrar-nos que a dor
É o prelúdio do carinho.
Volta a face para o sol
Sempre pura e sempre erguida
E eu te prometo que nunca
Verás sombra em tua vida.
Em tudo o que você faça,
Em hora ativa ou de calma,
Põe um sorriso de graça
Como sopro de tua alma.
(autora: Odaléa Orzenn Mattozo – 1939 – 1982)
Cada trovinha que eu faço
Quero que sintas ao lê-la,
Que o céu te manda um abraço
E um beijo puro de estrela.
O Cristo não é um amigo
Que espera no fim da estrada;
Ele está sempre contigo
Ao longo da caminhada.
O mundo é um dom reluzente
Do céu para os olhos teus;
Tu deves ser um presente
P’ra os olhos puros de Deus.
É muito fácil trazer
Um santo de ouro ao pescoço
O difícil mesmo é ser
Um santo de carne e osso.
A noite é um campo plantado
Pelas mãos do meu amigo
Que semeou lado a lado,
Estrelas em vez de trigo.
Não sou tão pequeno...e penso
Que o céu vai dar-me razão;
Pois Deus infinito, imenso,
Cabe no meu coração.
Somente subindo aos céus
Posso ver o mundo imenso;
Mas para atingir meu Deus
Só fecho os olhos e penso!
Não temas o mar que estronda;
Com Cristo vences o mundo!
Com Ele estarás “na onda”
Sem ter medo de ir ao fundo.
Toda beleza me anima
A esperar o bem que almejo
E o bem que vejo me ensina
A crer no Deus que não vejo.
Cristo teve o peito aberto
Por duro golpe de lança
Para ser, no meu deserto,
Fonte de amor e esperança.
As estrelas nos espaços
E as flores com seu carinho
São simples marcas dos passos
Que Deus deixa em seu caminho.
Às vezes, em horas calmas
Pensando no bem, no mal,
Eu vejo que só nas almas
Germina a flor essencial.
A cor, o perfume passa,
Caem pétalas no chão...
É lá dentro que está a graça,
Quem floresce é o coração.
Mulher... Flor... Páreo perfeito;
Na beleza são iguais,
Mas também qualquer defeito
Nas duas se nota mais.
Na flor mais linda e modesta
É o coração que tem tudo;
O amor faz a sua festa
Co’a graça do conteúdo.
Há tanto brilho no céu
E, aqui em baixo, tanta cor...
Como pode haver ateu,
Se existe a estrela e a flor?
Deus fez a flor com seu punho
Do jeito que se requer;
Foi só treino, foi rascunho
Para fazer a mulher.
Sem frutos, flor e mulher
São uma dupla perfeita:
Uma e outra, onde estiver,
Nada faz, somente enfeita.
Pé de coelho a sorte agoura?
É disso que eu acho graça!
Então coelho acha cenoura
Em cada moita que passa?
Todo adeus supõe ausências
Que são sempre dolorosas...
Pequeninas reticências
Que são três botões de rosas.
Tem destino garantido
Quem derruba seu irmão:
Tropeça no irmão caído
E vai também para o chão.
Se para coisa importante
Não tem tempo – diz alguém –
Já está julgado o tratante:
É preguiça que ele tem.
Matar saudade... E tem jeito?
A danada e resistente:
Com dor na alma e no peito
É ela quem mata a gente.
Se quiseres ter colheita,
Entrega a semente ao chão;
Se desejas paz perfeita,
Doa a vida e o coração.
Faltam-nos bens celestiais
E nos sobram bens terrenos:
Quando possuímos demais
É porque damos de menos.
Sê constante, persistente
E trabalha com afã;
O esforço do teu presente
Vai florescer amanhã.
Felicidade é como água
Que quaisquer formas aceita;
Ela entra rindo na mágoa
E até nas dores se ajeita.
A noite, por mais escura,
Volta sempre à luz do dia;
Toda tristeza e amargura
No céu vai ser alegria.
Há nuvens no céu da vida.
Nem sempre o sol aparece...
Mas, sem nuvens não há chuva
E sem chuva a flor não cresce.
Ergue tua vida ao ar,
Como no céu uma estrela,
Se acesa, pra alumiar,
Se não... Pra Deus acendê-la.
Algum problema na vida
Sempre traz preocupação,
Mas um sorriso nos lábios
Já é meia solução.
Parece que Deus, ao por
A rosa em caule de espinho,
Só quis mostrar-nos que a dor
É o prelúdio do carinho.
Volta a face para o sol
Sempre pura e sempre erguida
E eu te prometo que nunca
Verás sombra em tua vida.
Em tudo o que você faça,
Em hora ativa ou de calma,
Põe um sorriso de graça
Como sopro de tua alma.