Longe dos feudos

Em tão humana (e ausente) peça,

Um profere gírias, xinga,

Aplaude, chora e tropeça

Nas (vír)gulas (mas tem ginga)!

O outro peida em Japonês

E a São Paulo vai sentir,

Beber e transar talvez

Um pouco mais de lá aqui!

Um, sem ser padre, até casa

Frio de Inverno e corpos nus,

À noite, rolando (em brasa),

Poupando muito: Sem luz!

O outro é naftalina pura:

Seu mantra acabo de ler,

Que (a um sopro), desfaz-se à altura

De alguém sabor de saquê...

Um, coitado (mais nem tanto!),

Não tem onde cair morto!

Mas quiçá manje de canto

E arrote um vinho (do Porto)...

O outro, sendo zen-budista,

Tem seguro-desemprego

(Ou de vida) que lhe assista

Pra compor com mais sossego!

Mas (como espadas) quem pôs

Tais penas tão inquietas,

Se o hai-kai (d)aqui são dois

E esse e aquele, irmãos, poetas?

a 15-11-08