HO-HO-HO PAPAI NOEL

eu era ainda pequeno

os sonhos já tinham asa

pinheiro com cheiro ameno

Natal com cheiro de casa.

bolas brilhos prata estrela

nessa árvore-fantasia

gostava tanto de vê-la

com os frutos...que magia!

de dores eu nada sabia

naquele tempo-presente

no céu só astros havia

Jesus-menino era gente.

Só o amor é sempre santo

e dizem: dor glorifica!

eu que não gosto de pranto

a dor mesmo...mortifica!

o bem e o mal nascem juntos

são os vales e os penhascos

encerro aqui os assuntos

não eternizo os carrascos.

ando já desconfiado

desses natais de brinquedo

no tal do super-mercado

mais que alegria, só medo.

voam palavras tão fluidas

diante da crise brava

- tem sabedoria dos druidas?

quem na escola não entrava.

outra coisa...a vida rola

no amor com consciência

não é conversa gabola

não desafia a ciência.

todo dia tem conversa

de palácio ou botequim

quem não sabe tergiversa

- vá mentir longe de mim!

faz-se muito de simpático

se quer falar tem espaço

é cigano home_o_pático

desdiz-se...oh! que palhaço!

acho que é caso sério

nada certo está se dando

sem mistério, com mistério

vai o barco afundando.

reconstruam sem a sina

e respeitem o tonel

nossa santa catarina

não é barco de papel.

de todo lado é problema

de tantos escolho dois

prá tratar nesse poema

- a história vem depois.

senso, é preciso juizo

no mundo tem muita gente

se parir mais prejuizo

beleléu meio-ambiente.

homem não nasce educado

e não cresce independente

prá viver melhor bocado

só havendo menos gente.

gente não é para ser

massa, massa de manobra

gente não é um haver

no mercado dessa cobra.

agora o outro problema

é o tal do consumismo

põe no coração um poema

é melhor que qualquer ismo.

espero outro Natal

vem de rena, mande brasa

peço ao papai Noel

ho-ho-ho na minha casa.