Da minha janela...

Acordas os dias sem regra,

Sem horas nem compromissos.

Remeteram-te aos papéis sociais

Que se firmam nessas quatro paredes.

Paredes velhas, pob(d)res

Onde o tecto é tecto

E o chão ruiu.

Vives um mundo de sonhos

Sonhos que apagas à janela

Porque dela avistas vidas

Vidas como as paredes que te cercam.

As mesmas que te deitam no chão

Porque comes o que te dão

E não o que te sacia.

Vives no sorriso dos teus

Porque os teus te pertencem,

Te garantem alento

E incitam ao sonho outra vez.

Sonhas o que não tens

Porque a regra assim o dita.

Receias o futuro

Que por ora não existe.

Limitas-te a um presente

Que te escapa entre os dedos

Mas resistes sem medos

E esperas por mais

Porque ainda acreditas

Em sonhos reais

“Sempre sonhei que escreviam sobre mim.”

http://coresemtonsdecinza.blogspot.com

Sal Ober
Enviado por Sal Ober em 19/11/2008
Código do texto: T1291795
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