SEIS TROVINHAS DE SAUDADE - IV
1 A trova bate-me à porta,
qual toco à tua amizade;
na vinda, xinga e me exorta,
de ti cheia de saudade.
2 A saudade se traduz
não por andar um ausente,
mas pela dor, esta cruz
que pesa e que dói na gente.
3 Aberta a porta do tédio,
à saudade eu dou vazão...
Para mim, não há remédio,
de ti longe, em solidão.
4 Triste, da sala num canto,
meu telefone se cala,
pois de ti saudoso, e quanto,
não mais ouviu tua fala.
5 Tenho cisma da saudade
como da cruz foge o cão;
tua ausência, na verdade,
dá zebra em meu coração.
6 Na solitude exilado,
e dos teus beijos distante,
ternamente apaixonado,
sinto saudade constante.
Fort., 04/11/2008