SEIS TROVINHAS – II

1. Se, por mim, passa uma brisa,

de tão que me estás presente,

toda te abraço, concisa,

n’alma, no corpo e na mente.

2. Teus olhos grandes, bonitos,

olhos tintos, borrifados

de tons tão mais infinitos

como de luar beijados.

3. Faz tempo que não te vejo.

Saudades vão nesta trova.

Sabes meu maior desejo?

Levar contigo uma prosa.

4. O amor, verdadeiramente,

tem que arder igual à flama,

mas, já labareda ardente,

só se debela na cama.

5. De tanto que não te esqueço,

e lembrar-te não me cansa,

não sei se vivo o começo

ou vivo o fim da esperança.

6. Depois de trovar um tanto,

e outro tanto, após, trovar,

eu constatei que o meu canto

são trovas que sei cantar.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 25/10/2008
Código do texto: T1247044
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.