SEIS TROVINHAS – II
1. Se, por mim, passa uma brisa,
de tão que me estás presente,
toda te abraço, concisa,
n’alma, no corpo e na mente.
2. Teus olhos grandes, bonitos,
olhos tintos, borrifados
de tons tão mais infinitos
como de luar beijados.
3. Faz tempo que não te vejo.
Saudades vão nesta trova.
Sabes meu maior desejo?
Levar contigo uma prosa.
4. O amor, verdadeiramente,
tem que arder igual à flama,
mas, já labareda ardente,
só se debela na cama.
5. De tanto que não te esqueço,
e lembrar-te não me cansa,
não sei se vivo o começo
ou vivo o fim da esperança.
6. Depois de trovar um tanto,
e outro tanto, após, trovar,
eu constatei que o meu canto
são trovas que sei cantar.