Tudo pru cauza dum zóio azú
Um zói azú foi a cauzação
De cabá um cazamento,
Num ôvi niuma emoção
No dia du nascimento.
Quando viu a luiz di vela
Aqueli fiin qui naçeu,
Os zóio num era dela
E nem tomém era o seu.
Na fazenda qui trabaiô
Tinha óiu azu o patrão,
Intonci na porta deli dexô
O deproma da traição.
Quando eli a porta abriu
Qui viu aquela incomenda
De susto quazi caiu
Ali nu xão da fazenda.
Mais sua muié adiantô
E pegô o biêti pra lê
Ela tomém dismaiô
Cum as nutiça qui foi vê.
Oiô pro minino e viu
Aquele zói regalado
Um ispanto ela sintiu
Caquêli zói azulado.
E a feição do minino
Caquêli zóio azulado
Traçô logo o distino
Dexano os dois separado.
De ataque no coração
E de u’a disritimia
Foi-ci imbóra o patrão
E tomém a muié Luzia.
No cemitéro locá
Os dois foi interrado,
Ficaro num só funerá
Pru cauza de um zói azulado.
Cuma elis vivia sozin
Sem nunca fazê u’a criança
O minino du zói azuzin
Foi quem ficou cás herança.
Marido e muié fêiz as paiz
Os dois já era aligria
Ela num traiu jamais
A partir daqueli dia.
Foi os trêis morá na fazenda
Graças ao zóio azulado
O zoin vêi como prenda
E o cauzu foi consumado.
Num tive nada quêli!
A muié falô du’a só vêiz
Foi só pruquê ví os zóio dele
Quando eu tava cum gravidêiz.
Mingana quêu gostio!