Alucinados

Primeira estrofe inspirado no soneto ( Alucinação ) de Milla Pereira.

Somos todos cúmplices

Culpados e inocêntes

Perdidos e libertos

Oásis e deserto.

Ser imperfeito é um privilégio

Posso incendiar o gelo

E congelar o fogo do inferno

O céu está dentro do meu resto!

Meus alucinados remédios,

Me envenena os sentidos

Bebendo da loucura sem nexo

Satisfaço meu desejo secreto!

Xama

Procuro esse céu que é meu inferno

Nos lábios escarlates obscenos -

E nesse rosto d`anjo quente e terno,

Os corpos se incendeiam pelo menos...

E não a culpa, então, nem inocência,

Juntando a volição e o desejo,

Nem santo ou pecador no doce ensejo

O inferno é não amar - o céu querência...

Gonçalves Reis

Misturamos nossos desejos

Verdades em mentiras

Saudade em paixão

Regamos jardim no deserto

Somamos tantas diferenças

Esquentamos a frieza do amor

Aplacamos as grandes chamas

Aquelas que ardem o prazer

Edson

Nós, cúmplices do incêndio que não cessa,

Nem mesmo sob a chuva ou num inverno

Transborda o Paraíso neste inferno

Além do que o prazer sabe e confessa.

E quando esta loucura recomeça,

Momento furioso porém terno,

Nas tramas desta insânia não hiberno

E bebo cada gota peça a peça....

Arranco tua roupa, beijo inteira,

Rondando nos lençóis, a noite é nossa,

Além desta ternura costumeira

Decifro os teu enigmas, te devoro,

Bem antes do que alguém censurar possa,

Meu barco em teus desejos, quero e ancoro...

Marcos Loures

O amor nos atrai ladeira acima...

E a paixão empurra morro abaixo...

Procuro o meio termo e me encaixo,

No que de mais belo, se aproxima...

A alucinação nasce com os desejos...

A calma sempre vem depois do amor...

Só em teus braços eu sei quem sou...

Esse calor é o fogo dos teus beijos...

Jacó Filho

Eu não vejo imperfeição

nesta Xama que derrete

o gelado coração

que hoje borda e pinta o sete!

O teu resto é o que me resta

nem que seja lá no inferno;

quero ver-te pela fresta

esquentando o meu inverno!

Aimberê Engel Macedo

Xama
Enviado por Xama em 03/09/2008
Reeditado em 05/12/2010
Código do texto: T1160218
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