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Cinza
Cinza
Com o frio na alma eu salgo
A face em contradição,
Talvez a mim falte algo
Da cor vermelho-paixão.
Meriam Lazaro

Meriam Lazaro

Nada deixa-nos mais triste
Do que o cinza em tarde gris
Lembramos de alguém que existe
E que nos fez infeliz.

Salpico essa cinza tarde
com meus desejos carmim,
paixão que na pela arde
Clamando teu amor para mim.

Na tarde cinzenta eu choro
O vermelho pôr-do-sol
E aos céus com fé imploro
Seja alegre arrebol

Eu vou te mandar alguém,
Levando todas as cores
Já seduziu mais de cem
E todas morrem de amores.

Antes que a cinza se faça
Quero aquecer a carícia
No fogo que o cinza traça
Em dança que o amor atiça.

O cinza, que era cor triste,
cantado nestas trovinhas,
tirou as dúvidas minhas,
que cor triste não existe.

Cinza pode ser prata
a cinza da chuva-alegria
que nutre os rios, as matas
graças a Deus, a que a fumaça não cria.

Quadra inspirada na trova Cor Cinza
Da poetisa Andra Valladares.