Vejo no espelho do tempo
Borrada boca e paixão
Marcas dos meus sentimentos
Saudade, doce ilusão.
Meriam Lazaro
Meriam Lazaro
Espelho, porque me trais?,
Foste um dia meu amigo...
Agora porque esvais
As cores do tempo antigo?
Espelho não me entristeça
Tenha de mim piedade,
Não deixe que apareça
Minha verdadeira idade...
Ando em círculos pelo quarto vazio
Meu coração está apaixonado
Vejo no espelho um desenho embaçado
Sinto seus lábios em cada curva de mim.
Ó espelho, espelho meu,
onde foi que se perdeu
a beleza que eu tinha?
Cheguei ao final da linha.
Saudade, doce ilusão,
Mal que nos afeta a alma,
Sombra, que, do coração,
Tira o sossego e a calma.
Me responda espelho meu,
Quem está do outro lado?
É alguém que se perdeu,
Ou serei Eu apaixonado?
O espelho me reflete
Mas é você que vejo
Pois minha imagem repete
A cena de nosso beijo.
Estas mechas de cristais,
mais claras que a realidade,
se esconderam na saudade,
e hoje, tu mostras a mim!
Quadrinha inspirada na trova Saudade,
de Celina Figueiredo