Trovas Taciturnas

I

No céu, a orquestra sinfônica

Do grão-mestre anjo e regente

Coesa melodia eufônica

Delicada e docemente.

II

D’üa delicada alvura

Celestial majestade

D’üa grand’ épica ternura

As vozes da eternidade.

III

Se na arte houvesse defeito

Como o espinho à inspiração,

A arte ilude o vosso efeito

Em oásis da perfeição.

IV

Lástimas d’alma deveras!

Sem males nem arrogância...

Lágrimas sempre sinceras!

Sem nem perder a elegância...

V

Jamais quente igual ao estio...

Como a alma de meu Inferno.

Sempre então reina o frio...

O espírito em meu Inverno.

VI

Sois sóbrio e sombrio

E sempre socturno...

Nas trevas do frio

Espectro Nocturno...

VII

Olhos os quais olho-os vis

São-me vãos e os não anseio...

Espelho-me espelho e fiz

Solitude em meu silêncio...

VIII

Escreveis os verbos tristes,

Cujos versos do profeta;

O arcano, o qual nunca o vistes,

São do profano poeta.

(Angellus Lendarious)

Poeta Lendário
Enviado por Poeta Lendário em 22/08/2008
Reeditado em 27/02/2023
Código do texto: T1140743
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