U Arraiá das Festa Junina (Se acomodi quem quisé!)

U Arraiá da Craraluna,

Tava danado de bão,

Cheínho de gente batuta

E alegria de montão.

Pro causo disso arresorvi,

Armá no meu quintár

E tempo ieu num perdi

Pra fazê um ôtro Arriár

Dentre as visita importante,

Veio uma lá do istrangêro

A cumadi Mariza me dano de presente

Esses versim bem ligêro.

Trova, trovinha, trovão,

Decrama a genti nimada tomano quentão

In vorta da fugueira ôiano us rojão

qui infeita a noiti fria di São Juão."

(Mariza Brasil)

Cumadi Mariza Brasil, vô te dizê uma coisa:

Tô sortano um fuguetório

Pra modi a recebê,

Se achegue cum seu repertório

Vem cantá, dançá e cumê.

Tem pamonha, canjica e cocada,

Mocotó, batida e quentão,

Paçoca e vaca-atolada,

Tudim do mió e do bão.

A sanfona já tá tocano

e o bumbo marcano o passo,

A quadría vai levano

Os casár no seu compasso

Brigadim, minha cumadi

Pro causo qui ocê vêio nu arraiá,

Quem sabe, inté arruma um cumpadi

Jeitosim e cherosim pra dançá!?

* * * * * *

Óia só, minha gente! Achegou-se mais uma parcêra,

Pr'essa festa aqui no meu terrêro,

Irlene Chagas, todinha facêra,

Tamém qué participá do festêro!

Tá tristinha pruquê num foi convidada

Má quem disse qui pricisa?

Quereno entrá, não fique indecisa

Minha casa tá sempri aberta,

Se achegue dipressinha, mai num pode ficá sentada!

"Que festança heim amiga poetisa???...

E nem fui convidada...

Mas quando souber que terás outra,

Não me farei de arrogada...

Entro meio de esgueio...

Quando eles ver...estou bem lá no meio....

e vou curtir até o sol raiá!!!..."

(Irlene Chagas)

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Eu não fui convidado,

Mas é como se fosse...

Estou aqui preparado,

Pra comer batata doce...

Na dança sou acanhado,

E o namoro, acabou-se...

(Jacó Filho)

Que que isso!? Num cridito! Que ôcê tá pensano anssim...

Chegue mais sinhô Jacó!

Pr'eu lhe dá o meu abraço,

Se acente, coma e beba do mió

E não se acanhe, entre no compasso!

Inté no dia du seu niversário

O amigo Jacó vêi mi fazê visita

E tá bunito no seu vestuário

Camisa cororida e chapéu de páia.

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Cumpadi Jacó vortô de novo, mi dizeno com sua prosa:

Muito bom Ceres Damasceno,

Qui sua festa é bonita...

Mas o dia já tá manheceno,

O povo inda canta e grita...

A letra da música é dizeno,

Que vos-mi-cê está bonita...

(Jacó Filho)

Brigadinha meu cumpadi

Fico por dimais sastifeita

Ocês tudo é muito amávi

Suas presença é qui infeita

Essa ciranda sem mardadi

E faiz a festança ficá mais perfeita

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Sinhá Milla Pereira tamém ficô sabeno, e passô bem rapidinho, dizeno que vorta dispois.

Mais eu pirdi essa festa

Da Ceres, de São Juão?

Sube qui teve seresta

E ficô pur dimais, bão!

Mais dispois, venho sem medo

Pra festa qui vai tê Créu

Prifiro a di São Pedo

Qui tem a chavi do céu!

(Milla Pereira)

Ô minina num fique afrita,

Pois te digo uma coisa procê,

Se dependê dos poeta e poetisa

Cum talento qui nem tem ocê

Essa festa vai durá,

Inté quano ocê quisé.

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Gente! Óia quem tá chegano aqui no arraiá! Sinhá Fernanda Araújo, lá das nossa Divinópolis, e chegô bem prefumada e bastante serelepe.

O meu vestido de chita

Tem rendinha e tem babado

Quero ficar bem bonita

Pra arranjar um namorado.

(Fernanda Araújo)

Sinhá, qui bão qui ocê chegô

Má tá bunita qui nem uma frô!

É craro que vai achá um sinhô

Pra ti dá muito amô.

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Má quem tamém vei apriciá

I mi dá muita filicidade

Foi Craraluna, ôtra cumadi

Pra miorá nosso arraiá.

Fala aí, cumadi Crara, u qui cê tá achano desse arraiá?

Cumidi ocê já notô

que nas festa que nóis faiz

Tem mais muié, sinsinhô,

Pra dondi vão os arapais?

Isso dá reiva na genti

qui tabaia cumu loca,

isperando lá na frenti

pra ganhá bejo na boca.

Vou um poco no terrêro

pra cuidá da minha vaca,

Quem sabi argun torêro

Mi istenda sua casaca.

Só in sonho, minha amiga,

O bixo home tá raro

Os poco tão cum lumbriga

o então perderum o faro...

Boa tarde minha cumadi, seu arraiá tá uma beleza, Beijos, Hull

(Claraluna)

I num é qui ocê tem razão?

Us homi tá messs in farta

As muié tão tudo cum seus coração

Doidim pra achá arguém, de terno e de gravata.

Ma se eles num viero dessa veiz

Tem mai festa pracontecê

No dia de São Pedro, tarveis

Os sinhozim nóis vão vê.

Brigadim amiga Cararinha, pro causo qui ocê mi deu alegria cum sua presença no meu arraiá.

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Ave! Nossa Sinhora, óia só qui bão! Sinhá Celina tamém cumpareceno! Má pareci qui tá tristinha...

Estou de inveja morrendo

De quem foi pro arraiá

Na tristeza vou vivendo

Até o sol se levantá.

(Celina Figueiredo)

Minina, num fique tristi

Num morra de inveja não

Quano o sol se levantá, ocê insisti

I vá pro ôtro arraiá, pidí proteção

Já qui ocê é viúva, São Pedro te ajuda

Dispois vai vê a fuguêra e a decoração

Cunversá cum as ôtras cumadi,

Óia só qui trem bão!

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