U Arraiá das Festa Junina (Se acomodi quem quisé!)
U Arraiá da Craraluna,
Tava danado de bão,
Cheínho de gente batuta
E alegria de montão.
Pro causo disso arresorvi,
Armá no meu quintár
E tempo ieu num perdi
Pra fazê um ôtro Arriár
Dentre as visita importante,
Veio uma lá do istrangêro
A cumadi Mariza me dano de presente
Esses versim bem ligêro.
Trova, trovinha, trovão,
Decrama a genti nimada tomano quentão
In vorta da fugueira ôiano us rojão
qui infeita a noiti fria di São Juão."
(Mariza Brasil)
Cumadi Mariza Brasil, vô te dizê uma coisa:
Tô sortano um fuguetório
Pra modi a recebê,
Se achegue cum seu repertório
Vem cantá, dançá e cumê.
Tem pamonha, canjica e cocada,
Mocotó, batida e quentão,
Paçoca e vaca-atolada,
Tudim do mió e do bão.
A sanfona já tá tocano
e o bumbo marcano o passo,
A quadría vai levano
Os casár no seu compasso
Brigadim, minha cumadi
Pro causo qui ocê vêio nu arraiá,
Quem sabe, inté arruma um cumpadi
Jeitosim e cherosim pra dançá!?
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Óia só, minha gente! Achegou-se mais uma parcêra,
Pr'essa festa aqui no meu terrêro,
Irlene Chagas, todinha facêra,
Tamém qué participá do festêro!
Tá tristinha pruquê num foi convidada
Má quem disse qui pricisa?
Quereno entrá, não fique indecisa
Minha casa tá sempri aberta,
Se achegue dipressinha, mai num pode ficá sentada!
"Que festança heim amiga poetisa???...
E nem fui convidada...
Mas quando souber que terás outra,
Não me farei de arrogada...
Entro meio de esgueio...
Quando eles ver...estou bem lá no meio....
e vou curtir até o sol raiá!!!..."
(Irlene Chagas)
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Eu não fui convidado,
Mas é como se fosse...
Estou aqui preparado,
Pra comer batata doce...
Na dança sou acanhado,
E o namoro, acabou-se...
(Jacó Filho)
Que que isso!? Num cridito! Que ôcê tá pensano anssim...
Chegue mais sinhô Jacó!
Pr'eu lhe dá o meu abraço,
Se acente, coma e beba do mió
E não se acanhe, entre no compasso!
Inté no dia du seu niversário
O amigo Jacó vêi mi fazê visita
E tá bunito no seu vestuário
Camisa cororida e chapéu de páia.
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Cumpadi Jacó vortô de novo, mi dizeno com sua prosa:
Muito bom Ceres Damasceno,
Qui sua festa é bonita...
Mas o dia já tá manheceno,
O povo inda canta e grita...
A letra da música é dizeno,
Que vos-mi-cê está bonita...
(Jacó Filho)
Brigadinha meu cumpadi
Fico por dimais sastifeita
Ocês tudo é muito amávi
Suas presença é qui infeita
Essa ciranda sem mardadi
E faiz a festança ficá mais perfeita
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Sinhá Milla Pereira tamém ficô sabeno, e passô bem rapidinho, dizeno que vorta dispois.
Mais eu pirdi essa festa
Da Ceres, de São Juão?
Sube qui teve seresta
E ficô pur dimais, bão!
Mais dispois, venho sem medo
Pra festa qui vai tê Créu
Prifiro a di São Pedo
Qui tem a chavi do céu!
(Milla Pereira)
Ô minina num fique afrita,
Pois te digo uma coisa procê,
Se dependê dos poeta e poetisa
Cum talento qui nem tem ocê
Essa festa vai durá,
Inté quano ocê quisé.
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Gente! Óia quem tá chegano aqui no arraiá! Sinhá Fernanda Araújo, lá das nossa Divinópolis, e chegô bem prefumada e bastante serelepe.
O meu vestido de chita
Tem rendinha e tem babado
Quero ficar bem bonita
Pra arranjar um namorado.
(Fernanda Araújo)
Sinhá, qui bão qui ocê chegô
Má tá bunita qui nem uma frô!
É craro que vai achá um sinhô
Pra ti dá muito amô.
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Má quem tamém vei apriciá
I mi dá muita filicidade
Foi Craraluna, ôtra cumadi
Pra miorá nosso arraiá.
Fala aí, cumadi Crara, u qui cê tá achano desse arraiá?
Cumidi ocê já notô
que nas festa que nóis faiz
Tem mais muié, sinsinhô,
Pra dondi vão os arapais?
Isso dá reiva na genti
qui tabaia cumu loca,
isperando lá na frenti
pra ganhá bejo na boca.
Vou um poco no terrêro
pra cuidá da minha vaca,
Quem sabi argun torêro
Mi istenda sua casaca.
Só in sonho, minha amiga,
O bixo home tá raro
Os poco tão cum lumbriga
o então perderum o faro...
Boa tarde minha cumadi, seu arraiá tá uma beleza, Beijos, Hull
(Claraluna)
I num é qui ocê tem razão?
Us homi tá messs in farta
As muié tão tudo cum seus coração
Doidim pra achá arguém, de terno e de gravata.
Ma se eles num viero dessa veiz
Tem mai festa pracontecê
No dia de São Pedro, tarveis
Os sinhozim nóis vão vê.
Brigadim amiga Cararinha, pro causo qui ocê mi deu alegria cum sua presença no meu arraiá.
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Ave! Nossa Sinhora, óia só qui bão! Sinhá Celina tamém cumpareceno! Má pareci qui tá tristinha...
Estou de inveja morrendo
De quem foi pro arraiá
Na tristeza vou vivendo
Até o sol se levantá.
(Celina Figueiredo)
Minina, num fique tristi
Num morra de inveja não
Quano o sol se levantá, ocê insisti
I vá pro ôtro arraiá, pidí proteção
Já qui ocê é viúva, São Pedro te ajuda
Dispois vai vê a fuguêra e a decoração
Cunversá cum as ôtras cumadi,
Óia só qui trem bão!
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