MONSTROS DA MENTE
Destrói o que não é e mata o que gostaria de ser
Quantos narcisistas estão afogados no seu espelho
Quantos lobos sedentos e famintos minguando na lua ao amanhecer...
O amor é diferente do sexo
O primeiro é eterno e possui nexo
O segundo depende do primeiro pra se eternizar no plexo
Tudo que nos prende demais de alguma forma é tudo trocado
Também o prendemos como a um vampiro sedento e alado
O que ele quer está dentro da gente e um ou outro vai sair machucado
Às vezes não temos outros revezes
O amor é um livro grande por demais como azedado vinho que fermenta e espuma precisa ser cortado ao meio a sua igualdade está na indiferença e que então seja jogado fora uma das suas metades qualquer uma dessa desdita...Que em suma nos mata pela verdade não dita...
Se revelar por dentro das letras
É o mesmo que despir-se numa praia de nudismo
Ou mostrar ao filho as suas tetas...
Olhei o mar
Saudades de te amar e teu colo salgar no açoite da fria noite
As estrelas do céu testemunharam as minhas estrelas caídas de Lagrimas salinas a te desejar-te por inteiro como Macunaíma
Herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite
De seu único amor nasceu seu filho morto
Sua muiraquitá fora roubada por Piamã
Depois de encontrar seu talismã
Regressa a sua tribo Ursa maior
Sem possuir nada na terra
Parte dela sem nada encontrar
Voou pelo vasto ceú sem calor nem amor
Pois que nada além de si podia amar!
O amor é um claustro e a liberdade sua fantasia!
(Jasper Carvalho)