SISTEMA VIRIARCAL DA MULHER: ELECTRA E CLITEMNESTRA

A violência intrafamiliar na contemporaneidade é um subitem da violência histórica expressa milenarmente em um padrão arquetípico de relações humanas de todos os tempos e de modo particular na civilização helênica, altamente relevante e presente nas sociedades ocidentais. Para a compreensão desses padrões arquetípicos de violência criou-se a Corpoanálise, ou seja, o estudo das individuais e coletivas trajetórias e memórias de corpo: história e historiografia da violência humana. Com o objetivo de compreender as expressões de fúria e de violência dos arquétipos anima e animus tanto em homens como em mulheres na constituição da personalidade, a pesquisa é hermenêutica, com abordagem psicomitológica e de cunho analítico-crítico. Ao contrário das interpretações ainda vigentes, o denominado Complexo de Electra e as personagens que o compõe evidencia o itinerário da pulsão de dominação com as suas finalidades intermediárias gerando esquartejamentos, canibalismo, assassinatos de mãe, de filhos, de esposos, de esposas e de amantes, estupros, incestos, traições conjugais, suicídios, torturas físicas e raptos. As finalidades intermediárias da pulsão de dominação no Complexo de Electra expressam o que em Corpoanálise denomina-se corpofagia ou devoração de corpos, corpofobia ou medo do corpo e corpocídio ou morte do corpo.