Quando o presente revisita o passado: deslocamentos em Um defeito de cor, de Ana Maria Gonçalves
Sinopse
Neste trabalho, analisa-se o fenômeno do deslocamento no romance Um defeito de
cor (2017), de Ana Maria Gonçalves. Discutem-se as aproximações entre o texto pós-colonial e o afro-brasileiro, bem como questões teórico-críticas que envolvem a
literatura produzida pelos brasileiros afrodescendentes. Os vários deslocamentos
presentes na obra são analisados considerando a relação existente entre a história e a ficção. O romance, dessa maneira, ao revisitar o passado a partir da trajetória da personagem Kehinde, denuncia as mazelas individuais e coletivas vividas pelos negros no Brasil. A partir do arcabouço teórico sobre diáspora, identidade, literatura
afro-brasileira, bem como a relação entre a história e a ficção, notadamente em Gilroy (2001); Hall (2003; 2005), Duarte (2008; 2014) e Pesavento (2003; 2004), empenhou-se esta investigação, de caráter eminentemente bibliográfico. Pode-se assim concluir que os deslocamentos compõem elemento importante de resistência e enfrentamento das desigualdades no Brasil escravista, bem como se afirma a pertinência dessa obra literária em meio ao atual cenário político-social brasileiro, pois a saga da protagonista
representa, metaforicamente, a vida de muitas mulheres negras do nosso país, sendo os escravizados de antes os que hoje continuam exaustivamente lutando pelo pão de cada dia.
- Autor:
- Zid Santos
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- 815 KB
- Enviado por:
- Zid Santos
- Enviado em:
- 02/05/2020
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