A metaficção historiográfica em Saramago e Pepetela

RESUMO Este trabalho tem como questão de estudo a análise dos livros A história do cerco de Lisboa, de José Saramago e O planalto e a estepe, de Pepetela, sob a ótica da metaficção historiográfica. No primeiro romance ela aparece por meio da paródia na tentativa de recriar uma história oficial: a conquista de Lisboa aos mouros. Por outro lado, no segundo romance observar-se-á uma recriação da História através de um desejo de libertação da opressão política, um repúdio à ideologia dominante, uma denúncia ao governo vigente: a guerra colonial em Angola, o comunismo da URSS, passando por Mongólia e Cuba. Sem comprometimento com a verdade, ambos tratam de conflitos e guerras através de perspectivas diferentes e convergem no que diz respeito ao amor, ao crescimento do ser, às transformações. Temos, pois, dois olhares do passado por meio de discursos distintos, representados por Portugal e Angola.