Direito Econômico, Teorias das Relações Internacionais e Arranjos Institucionais: o exitoso caso chinês no contexto da pós-globalização

O objeto do presente trabalho é buscar compreender, a partir da metodologia de pesquisa bibliográfica, as peculiaridades e as razões que garantiram a sustentabilidade e o êxito do modelo chinês de desenvolvimento, antes e depois da crise de 2008. Tenta preencher lacuna científica a respeito do impacto e das consequências sistêmicas das recentes alterações na estratégia de desenvolvimento chinês, adotadas após a crise de 2008, em caminho bastante diverso do modelo adotado no Ocidente para lidar com a nova realidade política, econômica e social do pós-crise, que trouxe consigo um movimento de desglobalização e uma transição rumo a um mundo pós-globalizado, no qual o modelo chinês apresenta novas soluções que quebram paradigmas do pensamento hegemônico, notadamente, no que tange ao uso intensivo de instrumento de intervenção estatal cuja aplicação há logrado melhores resultados do que o modelo ocidental desregulamentado e minimalista de atuação estatal. O híbrido e dinâmico modelo chinês de desenvolvimento propiciou à China se transformar rapidamente, desde as reformas de Deng Xiaoping no final dos anos 1970, até a segunda década do século XXI, mesmo após a crise de 2008. De uma imensa nação fechada em si mesma, essencialmente rural e enfocada em produção de bens primários, se consolidou em poucas décadas em uma potência global integrada, a segunda economia do mundo e com as melhores perspectivas possíveis, enquanto as nações ocidentalizadas se estagnaram no pós-2008.