QUÉM MATOU ISABELA NARDONI?

JUSTIÇA – A polícia científica e civil com o Ministério Público e a Justiça terão um desafio intrigante pela frente no caso “quase” sensacionalista da garota Isabella Nardonni, morta recentemente em circunstâncias no mínimo intrigante; pai e madrasta, presos (e já soltos) por uma ordem judicial devido a uma medida contenciosa solicitada pelo sobranceiro “parquet”, podem não terem sido julgados pelo ato sem explicação, mas já foram aquilatados pela sociedade e pela opinião ignorante pública; isso com certeza.
Eu não sei (ainda) o que fez pensar o preclaro julgador que eles poderiam ser culpados da morte brutal de uma garotinha linda e cheia de vida, mas o fato é que os autos apresentados, ou foram convincentes demais ou foram mal interpretados a ponto de se mandar um pai e sua esposa para trás das grades por um ato criminoso que sequer foi desvendado com clareza pericial os motivos corretos; ou seja, estão o pai da garota e sua esposa, mãe de outros dois bebês, privados de sua liberdade, apenas (segundo explicação do Promotor) pela pressuposição de que eles podiam bagunçar as investigações.
Em tempo, Graças a Deus, a Justiça de São Paulo entendeu que a defesa tinha razão em suas alegações onde a TOTAL FALTA DE PROVAS insistia em manter dois inocentes encarcerados, soltaram-nos e os mesmos encontram-se sob outro tipo de cárcere, o de privação social, mas sem a inconveniência insalubre de um ambiente prisional, aguardando o término das investigações, se é que elas terão um fim, para só então, voltarem à vida normal, se é que também isso é possível.
Eu jamais “arrotei” aos ventos os meus conhecimentos em criminalística, da mesma forma que não pretendo fazer do Irregular um instrumento de certificação preclara; não li os autos preliminares, onde as polícias judiciárias e o Ministério Público arrematam os itens próprios e prepara a peça de encaminhamento a justiça, mas a tradução em miúdos de todo que o Brasil acompanha é uma tremenda asneira jurídica com pitadas de artes cênicas.
Por mais pilares que embasassem o pedido de prisão do pai e madrasta da garotinha, nenhum pilar jurídico é mais forte do que a pressuposição de inocência. Ninguém é pressupostamente culpado, pois a culpa não pode e jamais será pelo menos nos tópicos do direito moderno; o sujeito é inocente até ser provado o contrario e na dúvida a justiça abraça o réu. É o mínimo que um estudante de direito do primeiro semestre de uma faculdade por correspondência pode saber e aí que eu sustento a tese, que se o pai, Alexandre Nardonni e Ana Carolina Jatobá, tivessem qualquer indício de culpa no caso, o Tribunal de Justiça de São Paulo, através do preclaro Desembargador Caio Canguçu, não concederia o Habeas Corpus que os libertou.
O festival de trapalhadas entre a polícia e o MP começa a intrigar a opinião pública que chegou a esperar o casal libertado na porta da delegacia com pedras nas mãos, como se fossem eles mesmos, o povo, os julgadores brasileiros. A delegada responsável pelo caso diz que a liberdade do casal não compromete as investigações, mas o promotor do caso, que veste ternos de finos cortes para aparecer na mídia, contradiz a informação policial.
Francisco Cembranelli tenta a todo custo culpar o casal Alexandre e Ana pela morte da garota; muito embora tenha a polícia afirmado haver indícios de que o caso é um homicídio, os resultados finais ainda não foram apresentados. Não há nada de concreto, documentado, de que se trata de um homicídio. As respostas aos quesitos básicos da perícia técnica e científica não foram traduzidas em peças e mesmo após isso ser encerrado, apontar o culpado ou os culpados, pode ser um enredo para filme de Hollywood.
É bom esclarecer, mais uma vez, que o Promotor de Justiça nada mais é do que uma espécie de advogado público, pago pela União, cuja função é fazer valer a justiça popular; tudo que possui interesse público. No caso na criança Isabela Nardonni, um crime pressupostamente de homicídio, a sociedade como um todo, exige a sua elucidação para que a justiça seja feita; neste caso, a figura do Promotor, atua sozinha ou em conjunto com a polícia, para que juntos, apresentem uma solução final ao caso; somente de pois disso é que a justiça julga, condena ou absolve o culpado ou ainda, arquiva o processo por falta de provas.
O que o Dr. Cembranelli está fazendo preliminarmente é aparecer na mídia; todo dia ele convoca entrevista, dá declarações à imprensa e apimenta o caso com mais elementos nulos da probabilidade de culpa do casal que naquele momento tinha a tutela da criança morta e o resultado é uma confusão de informações espalhadas por todo tipo de jornalistas que uma coisa já conseguiu de fato: a condenação do pai e da madrasta de Isabela e as suas rotulações como monstros perante a sociedade; eu repito que tal fato é perigoso até mesmo para a justiça brasileira, que sem querer pode influenciar-se com este tipo de boato documentado.
No final desta história, até a data de hoje, uma multidão de jornalistas perseguem toda a família Nardonni; a polícia mantém campana em torno da cena do crime e com isso acaba com a privacidade de quem nada tem a ver com isso; o Ministério Público continua atuando como o Bicho-Papão temido pelos ignorantes e a Justiça, esta se encontra de olhos abertos, mas sob vendas frouxas, mãos algemadas e pés cortados, refém do disse-me-disse e do descontrole do excesso de poder!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires
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