Scenery of Henry VIII.

The English king who broke with the Catholic Church.

 

 

 

Resumo: O texto narra o cenário histórico e polêmico do Rei Henrique VIII e toda sua importância para a Inglaterra e para o mundo. Foi o monarca mais famoso depois de Guilherme, o Conquistador e, provavelmente, o mais controverso.

Palavras-Chave: História Geral. História da Inglaterra. Henrique VIII. Igreja Anglicana. Direito Inglês.

 

Abstract: The text narrates the historical and controversial scenario of King Henry VIII and all its importance for England and for the world. He was the most famous monarch after William the Conqueror and probably the most controversial.

Keywords: General History. History of England. Henry VIII. Anglican Church. English law.

 

 

 

Todo o reino medieval de Henrique VIII parecia ignorar a realidade da Europa pós-medieval e empreendeu em diversas campanhas militares assim como muitos dos seus predecessores tinham feito. Apesar de a irmã de Henrique, Margarida ter casado com o Rei James IV da Escócia (1488-1513). Ainda em 1503, o Rei Henrique VIII enviou um exército para norte e garantiu notável vitória em Flodden em 1513, onde Rei Jayme IV foi morto.

Outro exército invasor atacou Edimburgo em 1544, mas foi derrotado na Batalha de Ancrum Morre em 1545. Enfim, a Escócia tornou-se um problema por resolver com o qual os sucessores de Henrique teriam que lidar.

O Rei Henrique VIII[1] foi o mais famoso monarca desde Guilherme, o Conquistador, e provavelmente, o mais controverso. Chegou ao trono exatamente numa época de grandes e graves conflitos existentes entre a Inglaterra e a França.

E, foi capaz de selar a paz entre as duas nações, conseguindo até que sua irmã se casasse com o Rei francês, Luís XII. Assumiu o trono em 1509, tendo ainda se casada com Catarina de Aragão, que era viúva de seu irmão Arthur.

Deixando de lado sua forte inclinação em dispensar esposas indesejáveis, marcou sua biografia principalmente por ter criado a Igreja Anglicana que corresponde a segunda maior fé protestante, depois do luteranismo. Além de ter incorporado o País de Gales ao reino britânico e dar-lhe representação no Parlamento inglês.

O Rei Henrique VIII, mais uma vez, assim como muitos de seus predecessores, não resistiu a tentar conquistar a França. Contudo, apesar de suas várias invasões através do Canal, nenhum teve particular sucesso, apesar de vitória naval menor ocorrida na Batalha dos Esporões em 16 de agosto de 1513.

Quando o Rei Henrique mudou de direção e sua irmã Maria casou-se com Luís XII de França em 1514. Em 1518, o Rei Henrique estabeleceu o status quo na Europa através de acordo de defesa mútua que fora assinado em França, Espanha e no Sacro Império Romano. E, para pagar tais guerras dispendiosas na Escócia e França, foi obrigado a vender terras que havia confiscado da Igreja a qualquer nobre que fizesse uma oferta decente.

Os custos elevados e ainda a falta de fortuna da Inglaterra quando comparada com França que era muito rica, significava que teria que abandonar outra série de campanhas em 1540 e fez em contentar-se com o acordo de paz firmado em 1546, onde consagrou seu controle sobre Bolonha durante oito anos.

Outra aventura feliz em território francês ocorreu no Campo do Tecido de Ouro, uma demonstração espetacular com pompa e circunstância realizada nos arredores de Calais em junho de 1520 quando foi realizado magnífico evento que demonstrou a amizade entre Inglaterra e França e o Rei Henrique VIII e Francisco I da França.

Entre os sucessos de Henrique VII e que teve efeitos mais duradouros para história da Inglaterra foi a criação da Marinha Real e a frota incluiu grandes navios de guerra como Mary Rose, Henry Grace à Dieu também conhecido como “Grande Harry”.

O primeiro era o magnífico navio-almirante de Henrique, mas afundou no Rio Solent em 1545, com a perda de 500 (quinhentas) vidas.  O naufrago foi recuperado em 1982.

Ansioso por impressionar em todo o lado, o rei também construiu os belos palácios de White hall e Saint James em Londres e renovou significativamente Hampton Court. De todos, o mais grandioso foi Nonsuch em Surrey, um palácio de prazer privado para o rei que foi construído para comemorar os 30 (trinta) anos de governo.

 O nome derivou da ostentação de que não existia um lugar tão bom em lugar algum e era, de fato, uma residência extravagante onde o rei podia desfrutar dos seus passatempos favoritos de caça e falcoaria.  O Nonsuch não foi concluído até depois da morte do rei e, após passar por vários proprietários, foi finalmente demolido no século XVII.

A polêmica vida íntima do Rei Henrique VIII, o fez merecer o título de ser o “pior monarca da Inglaterra”, em 2015 através da Associação dos Escritores Históricos do Reino Unido[2]. Considerado um tirano que dividiu religiosamente o país, acarretando confrontos e mortes por séculos, por motivo torpe que era sua escandalosa vida íntima.

Rei Henrique VIII em sua juventude, mantinha múltiplas paixões pelas mulheres, bebida, jogos e esportes equestres. A fama de bon vivant não o importunava vez, que o herdeiro do trono era seu irmão que era bem-comportado, Arthur[3].

Porém, veio a morrer cedo, sendo Henrique coroado ainda aos dezoito anos, em 1509, após seu pai falecer, e ainda lhe arranjaram esposa, Catarina de Aragão que não conseguira lhe dar o desejado varão em razão de sua avançada idade.

Quanto aos motivos doutrinários é conveniente recordar que no início do século XVI, vários religioso como Martinho Lutero, começaram a questionar as práticas da Igreja Católica e, uma das principais críticas era feita ao extremo poder e riqueza do clero.

Nesse cenário, o Rei Henrique VIII se via como fervoroso devoto, apenas divergindo a liderança do Papa e do clero na Inglaterra. Frise-se que a doutrina católica não foi modificada pela Igreja Anglicana.

As principais mudanças foram a impressão e distribuição de bíblias em inglês, e, durante a missa, algumas orações tal como o "Pai Nosso" seriam realizadas em inglês. Mas, manteve o celibato para os sacerdotes e parte das celebrações eram feitas ainda em latim.

Foi somente durante os reinados dos filhos do Rei Henrique VIII, Eduardo VII e Elizabeth I[4] que a Igreja Anglicana teria uma própria identidade. Catarina Parr foi a única Rainha consorte que sobreviveu ao Rei Henrique VIII.

Contrariamente aos retratos mais famosos e tardios do Rei Henrique VIII, em sua juventude, o rei exibia uma figura atlética e uma altura de 1,90, e com cabelo e barba ruivos, sendo realmente uma figura imponente. E, por essa razão era um habitual campeão dos torneios medievais que o pai adorava organizar.

Quando ainda era príncipe era bom arqueiro, cavaleiro e jogador de tênis e quando em descanso ainda compunha poesia e música refinada por seu impressionante conhecimento de teologia. Em síntese, o Rei era uma personagem inteligente e carismática que encantava todos os que conheciam.

Evidentemente que enlace arranjado não foi feliz, principalmente, porque a Rainha Catarina não deu um herdeiro homem ao monarca. E, então, em 1522, o Rei Henrique VIII passou a dar atenção a uma das damas de companhia da Rainha Catarina, a bela Ana Bolena. Mas, levou algum tempo, pois somente em 1533 que se casaram secretamente.

O papa[5] excomungou ao soberano inglês, em 1533, após o divórcio de Henrique VIII e Catarina de Aragão[6]. Como a Igreja Católica não reconhecia tal casamento, nem anulava a união do rei com Catarina, o Rei Henrique VIII tomou uma decisão que alteraria a vida religiosa inglesa para sempre, pois rompeu com o Vaticano e, criou a sua própria igreja em 1534.

A Igreja Anglicana nasceu de um banho de sangue, foram setenta e dois mil revoltosos papistas que inconformados com a dita separação, foram mortos, incluindo milhares de monges e grandes intelectuais da época, tal como o filósofo sir Thomas Morus, ex-chanceler da coroa inglesa.

Diante desta negativa, Henrique VIII declara que a Igreja da Inglaterra não reconhecerá mais a autoridade de Roma.  O arcebispo de Canterbury lhe concedeu o divórcio e logo em seguida, o monarca casa-se com sua amante Ana Bolena[7], em 1533, que dá luz à futura rainha Elizabeth I.

Como a dinastia Tudor[8] ainda não se encontrava consolidada no trono inglês, separar-se da Igreja Católica seria uma demonstração de poder. Assim, em 1534, Henrique VIII proclama o Ato de Supremacia, no qual o Parlamento o reconhece como Chefe da Igreja da Inglaterra.

Dois anos mais tarde, o soberano confisca os bens da Igreja Católica, sobretudo as terras dos mosteiros. Estas são incorporadas aos bens da coroa, e posteriormente, vendidas para a gentry. Igualmente, começa a perseguição aos católicos e ao clero, o que leva à instabilidade política do país.

Infelizmente, Ana Bolena também não dera ao Rei o tão aguardado herdeiro varão e, fora levada a um julgamento arquitetado que a acusou-a de adultério[9], incesto, magia negra e, ainda, alta traição.  Ana Bolena acabou condenado e teve sua cabeça decepada em 1536 juntamente com outras quatro pessoas, incluindo seu irmão George.

No entanto, Ana Bolena perderia dois filhos homens, razão suficiente para que o rei a rejeitasse.  Novamente, o rei se obsessionou com a ideia de um herdeiro e acusa Ana Bolena de adultério.

Em 1536, o País de Gales foi ainda mais integrado no mecanismo do estado de Inglaterra e dividido em 13 (treze) condados em 1543.  O inglês foi tornado como língua oficial, e o galês foi banido dos círculos oficiais.

A Irlanda provou ser um pouco mais difícil, mas a ambição do rei de criar um reino centralizado é indicada pela sua adoção do título de 'Rei da Irlanda' em 1541, onde os reis ingleses anteriores só se apelidavam de 'Lorde da Irlanda'.

Finalmente, o norte remoto da Inglaterra foi mantido sob controle pelo estabelecimento do Conselho do Norte após 1536.

A terceira esposa do Rei Henrique VIII, Jane Seymour teve o varão, porém, faleceu logo após o parto. E, o casório com a quarta, Ana de Clèves, acabou sendo anulado e, seguiu-se para Catarina Howard. Esta também foi acusada pelo paranoico rei de infidelidade e foi decepada sua cabeça na Torre de Londres em 1542. E, a sexta e derradeira esposa foi Catarina Parr.

A saúde do Rei Henrique VIII piorou rapidamente nos seus derradeiros anos e, o sofrera uma úlcera grave na perna e estava tão obeso e sífilis[10] que tece que ser empurrado em uma engenhoca de rodas. Morreu em 28 de janeiro de 1547 no Palácio de Whitehall em Londres quando tinha apenas cinquenta e cinco anos. Foi enterrado na Capela de são Jorge no Castelo de Windsor, ao lado da sua falecida terceira esposa, Jane Seymour.

Cogita-se que o Rei Henrique VIII talvez fosse portador de rara síndrome que afeta sangue, cérebro, sistema nervoso e o coração. É distúrbio raro causado por várias mutações no gene XK do cromossomo X, responsável pela produção do antígeno Kell na superfície das células vermelhas.

A síndrome ocorre basicamente em homens e afeta não apenas o sangue, mas causa diversos problemas, como tensão involuntária dos músculos faciais, atrofia muscular, arritmias coronarianas e cardiomiopatia dilatada.

Os sintomas começam a aparecer na idade adulta e caracterizam-se pela mudança abrupta do comportamento, como ansiedade e depressão, podendo inclusive alterar a personalidade do portador. Com o passar dos anos, a tendência é o agravamento do quadro.

De acordo com os principais biógrafos do rei, foi isso que aconteceu com o monarca. Se, na juventude, era considerado um jovem fanfarrão, mas também culto e interessado em teologia, aos 40 anos, completados em 1531, o rei começou a mudar.

Antes dessa época, seus desafetos eram, no máximo, exilados. Mas ao alcançar essa idade, o Tudor passou a mandar executar qualquer pessoa cujas opiniões estavam em desacordo com as dele.

Henrique VIII tornou-se paranoico e acreditava que quase todos tramavam contra ele. Chegou a crer que o grande amor de sua vida, Ana Bolena, o traía com Henry Norris, amigo de três décadas do rei, a quem mandou matar.

De acordo com o historiador David Starkey, especialista nos Tudor, havia “dois Henriques diferentes e quase paradoxais, o velho e o jovem”. O jovem era bonito, generoso, adorava esportes, música e venerava Catarina de Aragão. O velho quase não podia andar de tanta dor na perna, aliás, o primeiro sintoma da síndrome de McLeod[11], alimentava ódios imaginários e colocou em risco a estabilidade de seu reino para casar-se com a amante.

Apesar de grande turbulência, durante seu reinado uniu a Inglaterra e o País de Gales, além de ter tomado posse da Irlanda, portanto, teve muita importância ao que hoje conhecemos como Reino Unido.

 

 

 

Referências

CANNON, John. The Kings and Queens of Britain. Inglaterra: Oxford University Press, 2009.

CAVENDISH, Richard. Kings & Queens.  Inglaterra: David & Charles, 2007.

DE ALMEIDA, Ana Paula Lopes Alves Pinto. Ana dos Mil Dias: Ana Bolena, entre a luz e a sombra da Reforma Henriquina. Disponível em:  https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/20343/2/mestanapaulaalmeidaana000085088.pdf   Acesso em 26.10.2021.

GREGORY, Philippa. A herança bolena. 4ª edição. Portugal: Civilização Literatura, 2011.

JONES, Nigel. Tower Griffin, 2013.

LONGUEVILLE, Olivia. Letters and Papers, Foreign and Domestic, Henry VIII, Volume 13 Part 2. Disponível em: http://olivialongueville.com/henry-viiis-excommunication/Henry VIII’s excommunication.  Acesso em 06/09/2021.

MILLER, John. Early Modern Britain. 140-1470.  Inglaterra: Cambridge University Press, 2017.

MORRILL, John. The Oxford Illustrated History of Tudor & Stuart Britain.  Inglaterra: Oxford University Press, 1996.

OLIVEIRA FILHO, Virgílio Antonio Ribeiro de. A evolução legislativa do adultério desde Machado de Assis aos tempos atuais. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/18766/a-evolucao-legislativa-do-adulterio-desde-machado-de-assis-aos-tempos-atuais Acesso em 28.10.2021.

PHILIPS, Charles. The Complete Illustrated Guide to the Kings & Queens of Britains. Inglaterra: Lorenz Books, 2006.

RALPH, Brenda Lewis. Kings and Queens of England EUA: Readers Digest, 2003.

 

 


[1] O livro intitulado "Work of Ninety Days" identificado contém um resumo das teorias do filósofo e teólogo medieval William of Ockham. Apesar de um pouco danificada, a obra sobreviveu à destruição em um incêndio que atingiu a biblioteca em 1881 e ainda tinha a folha de rosto com o número 282, que Carley identificou como correspondente ao inventário de livros feito em 1542, cinco anos anteriores a morte de Henrique VIII.

[2] A Associação de Escritores de Livros de História, um grupo que reúne tanto autores quanto editores britânicos, resolveu entrevistar mais de 60 escritores proeminentes para descobrir qual é, na opinião deles, o pior monarca da história. O eleito foi Henrique VIII.

[3] Arthur Tudor (1486-1502) foi Príncipe de Gales, Duque da Cornualha e Conde de Chester como filho mais velho e herdeiro de Henrique VII de Inglaterra e sua esposa Isaque de York. Era visto como a grande esperança da Casa de Tudor, já que seu nascimento marcou o fim da Guerra das Rosa que depôs seu tio-avô Ricardo III. Pouco depois de ter casado com Catarina de Aragão, filha de poderosos monarcas católicos da Espanha e, no desejo de reforçar a aliança anglo-espanhola contra a França. Morreu de doença desconhecida. E, Catarina posteriormente chegou a afirmar que o casamento nem chegou a ser consumado.

[4] Elizabeth I (1533-1603) foi rainha da Inglaterra de 1558 até 1603, ano de sua morte. Durante seu reinado a Inglaterra tornou-se o principal centro financeiro da Europa. Elizabeth I nasceu no Palácio de Placentia, em Greewich, no sudeste de Londres, Inglaterra, no dia 7 de setembro de 1533. Filha de Henrique VIII, rei da Inglaterra e de sua segunda esposa Ana Bolena. Quando Elizabeth tinha três anos, começaram a correr boatos de que a rainha traía o rei, e por ordem dele, Ana Bolena foi decapitada.  Elizabeth teve retirados todos os seus direitos ao trono. Em 1600, Elizabeth I funda a Companhia das Índias Orientais para comerciar com todas as terras a leste do Cabo Frio. Os navegantes procuram a passagem de ligação entre a América e a Ásia. Na América, funda a cidade de Virgínia. Os mares ainda são dominados pela Espanha, a grande rival econômica da Inglaterra. Quando a Marinha inglesa venceu a Espanha, os caminhos para o comércio ficam desobstruídos. Elizabeth viu a Inglaterra ser dona dos mares e da economia da Europa. Elizabeth I faleceu em Richmond Palace, Surry, Inglaterra, no dia 24 de março de 1603, sem deixar descendentes diretos, reconheceu o filho de Maria Stuart, Jaime VI da Escócia, como herdeiro do trono inglês.

[5] O Papa Clemente VII já havia ameaçado o Rei Henrique VIII de excomunhão em março de 1530, quando o rei nem havia casado com Ana Bolena. Mas, 1532, Thomas Cranmer foi nomeado Arcebispo de Canterbury pelo próprio Papa, e, em maio de 1533, Cranmer declarou o casamento de Henrique e Catarina nulo e sem efeito. Então, em resposta, o Papa declaração anulação e o novo casamento do rei era ilegal e sem efeito. A gota d'água para o Papa foi o fato de que pouco tempo antes, Henrique VIII havia desterrado, queimado e jogado aos ventos os ossos de São Tomás de Canterbury (Thomas Beckett) arruinando seu santuário e destruindo o mosteiro de Santo Agostinho na mesma cidade e, ainda, expulsando os monges. Em 17 de dezembro de 1538 o Papa renovou a sua bula e excomungarão a Henrique VIII.

 

[6] Catarina de Aragão (1485-1536) foi uma princesa espanhola e rainha consorte da Inglaterra como primeira esposa de Henrique VIII.  Seu divórcio provocou o rompimento entre a coroa inglesa e o papado, dando origem à Igreja Anglicana. Catarina de Aragão (Catalina de Aragón) nasceu em Alcalá de Henares, Espanha, no dia 16 de dezembro de 1485. Filha mais nova dos reis católicos Fernando de Aragão e de Isabel de Castela, descendia da família real inglesa pelo lado materno, como bisneta de Catarina de Lencastre e trineta de Filipa de Lencastre. Ambas eram netas de John de Gaunt e bisnetas de Edward III. Depois da união de Henrique VIII e Ana Bolena, Catarina de Aragão foi confinada no castelo de Kimbolton, mas nunca renunciou o título de rainha consorte, como era referida pelos servos. Ficou proibida de se comunicar com sua filha Maria Tudor, a não ser através de cartas. O rei ofereceu a Catarina melhores alojamentos e a permissão de ter contato com sua filha, se ambas aceitassem Ana Bolena como rainha legítima, mas elas recusaram. Catarina de Aragão faleceu no Castelo de Kinbolton, em Cambridgeshire, Inglaterra, no dia 7 de janeiro de 1536, e sepultada na Abadia de Peterborough.

[7] Alguns historiadores sugeriram que Ana tivesse o RH negativo e Henrique o RH positivo (para quem não se lembra da aulinha básica de genética, o RH é o sinalzinho em cima do nosso tipo sanguíneo ex: A+, O-, etc...). A combinação sanguínea rara faz com que os anticorpos literalmente ataquem o feto, mas essa resposta autoimune não acontece até a segunda gravidez. Ou seja, o primeiro bebê nascerá saudável. Apesar de ser uma teoria interessante, não pode ser provada.

[8] De origem galesa, a Dinastia Tudor governou a Inglaterra entre 1485 e 1603. O reinado da Casa Real Tudor dominava todos os reinos ingleses, incluindo o País de Gales e senhorio da Irlanda, que posteriormente foi denominado Reino da Irlanda. A Dinastia foi uma das mais importantes da Inglaterra.

Para se ter uma ideia da importância da Dinastia Tudor na história da Inglaterra, ela é formada por 5 (cinco) monarcas da mesma família que reinaram por mais de 100 anos, entre 1485 e 1603: Henrique VII, Henrique VIII, Eduardo VI, Joana I Grey, Mary I e Elizabeth I. A história dos Tudor, no entanto, começa bem antes, no século XII, com Ednyfed Fychan de Tregarnedd. Ele teve 12 filhos e o primeiro membro da família a receber o sobrenome foi o neto Tudor Hen. O primeiro passo para entender a formação da Dinastia Tudor é voltar ao passado. Entre os anos de 1337 e 1453 a Inglaterra e a França se enfrentaram em diversas batalhas. O conjunto desses conflitos ficou conhecido como “A Guerra dos 100 Anos”.

Os ingleses dominavam partes do território da França, conhecidos como feudos, mas isso começou a mudar nos séculos XII e XIII, com a crescente recuperação do domínios franceses controlados pelos ingleses. Por conta dos casamentos ocorridos entre membros das duas monarquias, houve grandes disputas pela sucessão do trono francês. A Inglaterra tentava dominar a França e interferir na sucessão do trono do país vizinho. Em 1453, os franceses reconquistaram Bordeaux, na Batalha de Castillon, e isso marcou o final da Guerra dos 100 anos. A Guerra das Rosas, de certa forma, é consequência da Guerra dos 100 Anos. Ela aconteceu entre duas famílias, os York e Lancaster (ou Lencastre).  Ambas eram originárias da Dinastia Plantageneta, descendentes de Edward III, e lutaram pelo trono da Inglaterra durante 3 décadas. A origem do nome é uma referência aos emblemas das duas famílias: Rosa Vermelha, dos Lancaster; Rosa Branca, dos York. Depois de muitas idas e vindas, os Lancaster se impuseram. Com a intenção de criar as condições para reinar, o primeiro rei da Casa de Lancaster, Henrique VII, criou um novo símbolo:  uma rosa que unia as duas cores. Começava o reinado da Dinastia Tudor.

[9] Segunda a historiadora Ana Rodrigues Oliveira publicou obra intitulada "O Amor em Portugal na Idade Média", que traz muitas revelações sobre os comportamentos na paixão e no sexo de nossos antepassados. E, a morte era muitas vezes o resultado de certas infrações penais. No romance "Dom Casmurro", obra publicada em 1899, Machado de Assis narra, através do personagem principal, Bento Santiago, a desconfiança que este nutre por sua esposa, a bela Capitu. Ponto alto da desconfiança de Bento Santiago consiste em saber se o filho que Capitu deu à luz na constância do casamento (e que fora por ele registrado, como seu, em cartório) era mesmo seu ou se era de seu melhor amigo, Escobar. A parte mais interessante do livro, que aborda o instituto jurídico do adultério no século XIX, é que nem no final do livro o escritor dirime a dúvida do personagem principal, deixando cada um analisar, refletir e chegar à sua conclusão se Capitu perpetrou ou não o adultério.

 

[10] Vários historiadores concordam que Henrique tinha a "catapora francesa" mais conhecida como sífilis. É possível que isso tenha afetado a sua virilidade e também impediu que Ana "carregasse" uma criança até o fim da gestação. As evidências dessa teoria são: -O pus de algumas de suas feridas da perna;

-Seu nariz deformado, comum nos estágios finais da doença; -Seu mau-humor e paranoia como sendo um sintoma do ataque da sífilis em seu cérebro.

[11] A síndrome de Swyer-James-MacLeod, também conhecida como síndrome do pulmão hiperluzente unilateral, trata-se de uma desordem rara ligada à bronquite e bronqueolite obliterante. O tratamento desta síndrome é conservador, baseado nos sintomas apresentados pelo paciente.

 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 30/10/2021
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