CURTAS CONTEMPORÂNEAS V
*Nadir Silveira Dias
Eu tenho me perguntado se cachorros e gatos tratariam os humanos como eles são tratados por nós.
Essa anomalia na sociedade é mais ou menos recente, mas bem antiga o bastante para que o número de crianças no Brasil seja de apenas a metade da quantidade de cachorros e gatos, segundo o último censo do IBGE, de 2010.
Anomalia, sim, pois não atino com o que será que faz que humanos prefiram cuidar de animais do que seres de sua própria espécie, seus filhos, netos, sobrinhos, adotados ou agregados. E muito mais, tratá-los ainda melhor, salvante honrosas exceções, do que tratam os seres humanos com quem convivem.
E não adianta argumentar, como já ouvi, e até um certo presidente já mencionou isso no passado, de que os animais são melhores que os humanos. E não concordo absolutamente com isso, pois animais e humanos são confiáveis e melhores ou não, apenas isso, porque isso depende de cada qual.
O que é imperativo reconhecer e aceitar é que formar humanos ou adestrar animais depende de muito e muito trabalho e ainda mais trabalho. Além disso, muita rigidez de disciplina e carinho no trato de todo esse longo processo da existência.
Há sempre quem prefira o mais fácil, ou menos difícil e aí, num caso ou noutro, o que temos é qualquer coisa, geralmente imprecisa e não raramente inservível.
Há quem prefira um vento pelas costas. Eu, não! Eu prefiro três sogras pela frente do que um vento por trás.
Os governos impõem mazelas e misérias ao seu povo porque querem. Sim, pois todos sabem que acorrem em grande quantidade pessoas e negócios ao local onde se vive bem e se paga pequena tributação.
Estamos às vésperas de uma nova revolução no mundo. Assim (Na verdade bem maior!) como a que ocorreu quando o vidro foi inventado e passou a ser aproveitado em todos os meios e métodos para impulsionar e melhorar a humanidade. O seu nome: Grafeno!
24.10.2020.14h10
* Jurista, Escritor e Jornalista