O GOVERNO TEM QUE PARAR DE QUERER PARAR O BRASIL!
* Nadir Silveira Dias
O preço da gasolina nos Estados Unidos da América do Norte é bem menos do que três dólares por galão, ou 3600 ml, um pouquinho mais que três litros e meio.
Estando ciente que não tinha como aumentar mais qualquer imposto, não tinha como aumentar qualquer tributo, pois sabe que ninguém mais pode pagar esses aumentos abusivos, o Governo do Brasil optou então por não aumentar tributos, mas achou melhor alternativa ainda, aumentar os preços públicos do setor energético. E isso, realmente, é o que se constitui numa autêntica rasteira na sociedade e com os poderes constituídos, pois nada é deliberado, nada é votado, e o aumento é imposto do dia para noite ou da noite para dia, indistintamente.
E isso também nos faz retornar ao fato de que vivemos uma autêntica federação de papel. Desde a sua implantação em 1967, nunca, nunca, em nenhum momento, estivemos todos sob um tamanho tacão da União pisando sobre as cabeças dos habitantes de cada um dos seus Estados-Membros, que são assim considerados pelo Poder Central, mas apenas e tão somente para a satisfação dos desígnios da União. E União não é isso não! União Federal é outra coisa.
A União Federal têm demonstrado, a la farta, que não admite contrariedades dos seus súditos. E, nesse passo, apenas confirma a condição de Estado Unitário que sempre foi desde 1967. Logo, a Federação insculpida na nossa Constituição Federal é apenas de papel. É uma falácia, pois não existe na realidade.
Ademais, tendo o Brasil optado pelo rodoviarismo obcecado, desviou-se do que muito bem funcionava na década de sessenta: A rede ferroviária que então já precisava ser aumentada, recapacitada, isso além do transporte marítimo e fluvial, que também fluía.
Esses modais de transporte foram desconsiderados por décadas e há pouco se pensa em acoplá-los ao sucateado, obsoleto, esclerosado, problemático e incapaz modelo rodoviário, isoladamente aplicado.
E onde estamos? Quase parando, ao ver deste pagante observador, um daqueles que tudo paga para tudo andar, pois como o preço dos combustíveis não para de aumentar todos os dias, será certo crer que também não existirá povo, não existirá consumidor para pagar os aumentos em cadeia em tudo que compra qualquer vivente, em qualquer ponto deste imenso rico Brasil. E isso porque quase tudo é transportado por caminhões, caminhonetes, e outros pequenos utilitários, que precisam pagar um preço escorchante, exorbitante, pelo aumento das alíquotas do combustível que utilizam para o seu deslocamento.
Aliás, exatamente, e por isso mesmo, o deslocamento, que precisam se utilizar todos os trabalhadores, é que têm que pagar passagens cada vez mais caras. E ainda pela ausência de transporte público de qualidade, o Governo impele, cada vez, mais o indivíduo para o transporte individual, empurrando-o para um financiamento que custa duas ou mais vezes o valor do produto transporte individual que só vai vir a lhe render despesas e mais e mais tributos para o Governo da vez. Isso diminui a qualidade de vida do indivíduo que vive no Brasil e sufoca o regime universal de saúde pública, além do próprio regime previdenciário.
Eu gosto de cumprir com gosto as exigências que me faz o Governo. E duvido que alguém não goste. O problema é que o Governo nunca cumpre a sua parte. E aí a relação é de submissão, de tirania, a que ninguém agrada ou pode agradar.
O Brasil não pode parar. Será que o Governo não sabe disso?
O Governo tem que parar de querer parar o Brasil!
19.05.2018 - 13h04min
* Jurista, Escritor e Jornalista