EMPREENDEDORISMO NA ADVOCACIA

É PRECISO SABER EMPREENDER?

"Há apenas uma maneira de evitar críticas: não fazer, não falar e não ser nada.”

Aristóteles

Empreender na Advocacia vai muito além do que montar um bom escritório ou fazer investimentos no cliente e em si mesmo. Empreender significa encontrar novos rumos e novas maneiras de advogar dentro dos preceitos éticos e da moralidade. Empreender também é procurar formas de ampliar o campo de atuação e de visão da Advocacia em prol do cidadão comum e da sociedade. Empreender é fomentar novas formas de atender a sociedade, de modo a encontrar soluções que gerem satisfação. O empreendedorismo é fundamental para a Advocacia moderna. A OAB de Ribeirão Preto está fazendo um grande trabalho por intermédio da Comissão de Empreendedorismo Jurídico. O trabalho que vem sendo desenvolvido é exemplo a ser seguido, já que empreender é vital para a saúde do negócio da Advocacia. Independentemente de você ter montado um escritório sozinho ou em sociedade, empreender é fundamental, já que o sucesso e o fracasso andam paralelamente. Então, as chances de vitória ou derrota são de cinquenta por cento. Sendo assim, entenda que você terá que emprender, terá que ser empreendedor (a), porque o mercado da Advocacia está para ser disputado, tal qual qualquer outro mercado. Não adianta acreditar que o escritório bem montado, a placa e o cafezinho irão trazer clientes, porque isso não traz clientes. O mercado da Advocacia é vasto, mas é “invisível” aos olhos da grande maioria dos (as) jovens advogados (as) e até mesmo dos olhos de muitos profissionais experientes. Na verdade, empreender é enxergar oportunidades que o mercado oferece, para assim obter bons contratos e bons clientes. É movimentar, fomentar e atingir resultados que muitos não conseguem obter. Para empreender, deve haver esforço e dedicação. Assim, erros fatais não podem de maneira alguma comprometer o desenvolvimento do negócio. Então, vou lhes falar um pouco sobre alguns tópicos essenciais para poder empreender, porque muitos enganos são cometidos e acabam passando despercebidos. A rotina da Advocacia muitas vezes acaba promovendo isso, por isso, fique atento (a):

a) Focar no cliente é a base do negócio. Entretanto, na Advocacia é muito comum o inverso, já que priorizar o serviço buracrático e operacional acaba sendo regra para muitos. É preciso cuidar do cliente de forma a satisfazer as preocupações e necessidades, já que são fonte de honoráios e novos negócios. Quando o cliente se torna “chato”, pode ter certeza de que você precisa repensar e realizar uma autovaliação, porque o cliente não deve ser alvo de falta de atenção. Guarde bem isto: o cliente sempre deve ser atendido e priorizado.

b) Ser incansável talvez seja a definição do (a) empreendedor (a). Todavia, as tarefas consideradas difíceis devem ter prioridade. O ideal é manter uma agenda com todas as tarefas, prazos fatais, reuniões e atendimentos. Tal agenda deve ser o roteiro diário. Porém, eleja as suas prioridades e as cumpra rigorosamente.

c) Conecte os seus anseios e sentimentos com os dos clientes. Se o seu desejo é apenas enricar, pode ter certeza de que você poderá ficar rico. Entretanto jamais será plenamente feliz. Obtenha um objetivo e não pense apenas em ficar rico (a), porque muitos podem ser os objetivos que o (a) farão realizado (a) e feliz.

d) Decida em quais áreas irá atuar e seja um especialista. Não queira ser especialista em todas as áreas. É melhor ser especialista em determinada área, ao invés de ser um conhecedor genérico de todas as áreas do Direito.

e) Faça um plano de negócios e um planejamento mensal e anual. Analise em conjunto e pense que as ideias, por mais absurdas que possam ser, muitas vezes nos mostram o caminho da solução.

f) Faça avaliações constantemente e invista no aprimoramento do negócio e do próprio conhecimento. Não acredite que “já sabe tudo” ou naqueles que assim se posicionam. Aprenda a gerir o negócio, por meio de palestras, cursos e até mesmo por meio de amizades com colegas que estão evoluindo e prosperando.

g) Jamais deixe de criar uma lista de objetivos que devem ser atingidos. Não estou falando de objetivos financeiros. Mas de outros objetivos, como: quando aumentar o espaço físico do escritório, quando adquirir um imóvel próprio, quando e como investir em tecnologia.

h) Faça boas parcerias. Divida para somar, porque não somos especialistas em tudo. Faça boas parcerias que lhe tragam tranquilidade e que sejam acima de tudo pautadas na confiança.

i) Não desista, diante da primeira derrota. Mas também não queira ser o melhor em tudo. Não existe melhor ou pior. O equilíbrio deve prevalecer sempre.

j) Como todo negócio, a Advocacia depende de coragem para arriscar. Obviamente que o risco deve ser calculado. Sem risco não há como evoluir e nem tampouco como saber se daria certo ou não. Sair da zona de conforto para se arriscar é virtude dos que desejam se diferenciar.

k) Crie diferenciais de mercado e inovações. Jamais deixe de inovar e de criar soluções que o mercado pede.

l) Invista em marketing na internet e nas redes sociais, sempre em concordância com o código de ética da OAB.

Como eu havia dito, não acredite que eu esteja apresentando uma solução definitiva. Esse não é o meu objetivo, até porque eu estaria sendo contraditório. O que quero é lhes ajudar a pensar e a construir uma carreira sólida. Incertezas e medos irão existir, até porque, como qualquer mortal, temos incertezas e medo. Todavia, o medo deve servir para limitar e não para proibir.

Para empreender é importante ter o medo que nos limita e não o que nos proíbe. Aliás, não é o medo que nos proíbe. Siga em frente, com a certeza de que estará trilhando um caminho sólido rumo ao sucesso. Afinal, somos nós mesmos que acreditamos que será ou que não será possível.

Capítulo do livro: "Passei na OAB! E agora?, lançado em setembro de 2017.

Geraldo Cossalter
Enviado por Geraldo Cossalter em 24/09/2017
Código do texto: T6123653
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