FILHOS DO CAOS

* Nadir Silveira Dias

Dizem que Deus ajuda a quem cedo madruga. E somente pode ser verdadeiro porque é ato, é ação, é atitude, é trabalho. E trabalho é inerente ao ser humano.

E isso não decorre do fato de poder ver que alguém está ativo, atento e vigilante aos ditames da vida. Decorre apenas do dever que temos de nos agregarmos ao que a Natureza nos mostra como natural, orgânico e sadio.

E são três os reinos que se encarregam disso: mineral, vegetal e animal. Basta que percebamos o que nos diz cada um desses elementos ou seres preexistentes a nós.

A inércia, ao contrário, não ajuda ninguém. Apenas destroça. E ainda atrai outras drogas para junto de si.

Numa outra vertente, dizem que sorte está do lado de quem trabalha. Também é verdade. Mas há aqui uma oposição: Então como é que vemos gente que não trabalha ou nunca trabalhou e vive?

E ainda muitos e muitos outros que vivem muito bem? Bem até demais! Dum jeito que quem trabalha não consegue compreender?

E aí é bom que tenhamos presente que a sorte não é necessariamente de Deus. Porque há deuses que não se completaram ou deuses que se desviaram.

Nós mesmos somos feitos à sua imagem e semelhança, segundo as Escrituras Sagradas.

Portanto, somos todos filhos de Deus. Portanto, ao menos, semi-deuses!

E sendo o que somos – semi-deuses - andamos a fazer o que fazemos?

Nesse ponto importa afirmar que existem momentos em que a supremacia do raciocínio precisa prevalecer.

Somos filhos de Deus assim sumamente desviados cujos caminhos precisamos reencontrar com a máxima urgência ou então somos apenas humanos que não sabem sequer fazer uso de um mínimo de suas limitações e nascidos sabe-se lá por qual regência ou processo de criação?

Não são escrituras e menos ainda sagradas? Não somos filhos de Deus?

Robustas provas diárias parecem apontar para esta última alternativa. E aí de novo, a resistência? Mas somos o que então?

Onde a lógica de aprender e logo ter que aprender que não se pode e não se deve fazer nada certo para poder se dar bem, segundo o senso comum? Cada vez mais majoritário?

Somos filhos da malícia? Filhos da desídia? Filhos do caos?

Ah! Filhos...

Mas aí já é outra história!

* Jurista, Escritor e Poeta – nadirsdias@yahoo.com.br

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 09/07/2007
Reeditado em 10/07/2007
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