O Empoderamento das Mulheres. De mulher pra mulher

A luta das mulheres por um lugar ao sol, um maior reconhecimento e um efetivo valor social não é de hoje e todos nós sabemos disto.

Temos visto, com alegria, a luta incansável de virtuosas mulheres no que compete à igualdade de gênero, o que registramos neste texto que somos em tudo favoráveis.

Aplaudimos seus feitos.

A mulher, durante muitos anos foi rotulada como uma ‘coisa louca e desprezível da sociedade’, servindo apenas como mero objeto de prazer, serviçal prendada dos trabalhos domésticos, vários filhos para cuidar e educar e ainda era impelida a tolerar, emudecida, as não poucas escapadas do marido que afirmava sua masculinidade deleitando-se com várias amantes, pouco importando com os sentimentos reprimidos da esposa.

Estes tempos, felizmente mudaram.

Celebremos!

A mulher moderna preza por lealdade, exige respeito, não mais emudece diante das injustiças a que está exposta e luta a ferro e fogo por sua legítima liberdade, não abrindo mão dos seus ideais.

Parabéns para ela.

No entanto, mesmo em pleno Século XXI em que podemos constatar que os tempos são outros, não devemos esquecer que a coisa não é bem assim, uma vez que ainda reina uma resistência enorme no que compete a dar a mulher o que ela realmente merece e tem direito.

Não queremos neste texto tratar do que a lei brasileira dispõe acerca de direitos e garantias disponíveis às mulheres.

Não é isto!

No entanto, o que já sabemos é que a existência de leis e mais leis em prol da mulherada, em nada, ou quase nada, inibiu as nãos poucas injustiças vivenciadas por cada uma delas no seu real cotidiano.

Estamos cientes de vários fatos que nos deixam estarrecidos, tais como: o encoxamento de mulheres nos metrôs brasileiros, a onda de estupro coletivo, a discriminação em função da mulher ser Estudante de Direito de uma determinada Universidade Federal, os vários casos de estupro no campus da USP, a divulgação de imagens criminosas e constrangedoras da nossa presidente com pernas abertas, simulando entrada de combustível na vagina dela, dentre outras aberrações a que, infelizmente, tomamos conhecimento através das mídias nos últimos meses.

Agora, a moda é falar do Empoderamento das Mulheres.

Atentos às mudanças, estudamos um pouco mais, e, primeiramente, fomos caçar o significado do nome ‘Empoderamento’, tendo em vista que nem é um termo usual no cenário brasileiro.

Empoderamento, portanto, significa igualdade de gênero, conscientização; criação; socialização do poder entre os cidadãos; conquista da condição e da capacidade de participação; inclusão social e exercício da cidadania. É ainda a conscientização e a participação com relação a dimensões da vida social.

Nessa esteira, o Empoderamento das Mulheres diz respeito à luta constante da classe feminina em busca de uma justa igualdade de gênero, onde a inclusão social prevaleça e a discriminação desapareça.

Nada melhor e mais justo!

Os não poucos materiais disponíveis sobre o tema nos remontam a uma inevitável reflexão.

Isto porque, críticos que somos, é fácil constatar que a lei e diretrizes disponíveis em manuais não estão surtindo efeito eficaz, uma vez que basta abrirmos um jornal para constatarmos que a discriminação e falta de respeito para com as mulheres permanecem bem arraigadas no ser de muitas pessoas, inclusive, pasmem, até de muitas mulheres.

Há ainda, em pleno Século XXI, uma classe de mulheres que insistem em manter-se dominadas pelos seus ‘donos’ e nada fazem para mudar este calvário.

Dependem única e exclusivamente dos proventos do seu ‘gestor humano’, esquecendo que elas também têm uma vida, um desejo, uma vontade, uma autonomia.

Acreditamos que sequer sabem o significado do termo ‘autonomia’.

Levando em consideração que não estamos falando das mulheres ‘bem resolvidas’ que desprezam o homem, como se em nada carecessem deles.

Não!

Não é isto!

Ora, precisamos e muito deles.

Quem nos aquentará em noites frias?

Quem dirá palavras sussurradas e ‘inconvenientes’ em nossos ouvidos em momentos oportunos, rasgando sorrisos inesquecíveis da nossa face?

Olhem para seus filhos: foram feitos com a intervenção dele, lembra?

A medicina tem tentado mudar isto, mas por enquanto, é imprescindível a participação de um macho e de uma fêmea na ‘confecção mágica’ de um ser humano.

Para realização do ato mais sublime na vida de uma mulher, nem adianta fazer biquinho, pois ainda é inevitável a participação especial de um homem.

No entanto, muitas que se rotulam como super, hiper, resolvidas, findam seus dias de vida sozinhas, dormem envoltas em 7 travesseiros gelados e carinhosamente entrelaçados entre as pernas; acordam bonitas, perfumadas, mas sozinhas, porque não tiveram a destreza de manter uma relação saudável, sabendo relevar algumas diferenças do companheiro.

O empoderamento feminino é algo salutar, precisamos vencer estas diferenças; mas, para tanto, é mister que encaremos nossos medos, desafios e lutemos insistentemente para que as leis em vigor sejam efetivamente eficazes, pois o que temos visto, lamentavelmente, são belas e inalcançáveis leis vigentes.

O empoderamento feminino é um marco para as mulheres e precisamos arvorar pendões com esta marca.

No entanto, saber distinguir entre ser um ser dominado e sem desejos e um ser determinado e cheio de inteligência é um diferencial e um ideal a ser perseguido.

É tempo de equilíbrio.

O mistério é saber equilibrar as duas coisas: ser mulher determinada, porém, fêmea em tempo integral, não abrindo mão do inevitável respeito e zelo perseguido e necessário a todas as mulheres.

É tempo de questionamentos.

Tempo de buscas por um verdadeiro ideal, e a mulher, mais de que ninguém, sabe o que precisa ser feito.

Ouçam-nas!

A luta continua: Luta interior, luta exterior, luta existencial.