SEGURANÇA NÃO CAI DO CÉU

* Nadir Silveira Dias

Para acabar com a violência é preciso que haja mudanças e atitudes radicais. E o mesmo para acabar com a insegurança de toda a sociedade. Para isso, não há outra solução senão que o bandido, assaltante, meliante, ladrão, homicida, assassino, pervertidos ou usuários de drogas ilícitas, saiba cada qual que pode ter resistência ao seu intento de tomar o resultado do esforço alheio sem qualquer esforço, apenas mediante grave ameaça ou agressão mais contundente.

Precisa saber que pode achar a vítima que escolha com qualquer armamento, inclusive mais potente que as que ele, bandido, porte.

Qualquer bandido precisa perder a certeza de que o cidadão está desarmado. Os legisladores e autoridades precisam saber e ostentar competência para reconhecer que o País, os estados membros, as cidades, os bairros e as ruas não são - E nem podem ser - de bandidos, mas da imensa população não bandida e trabalhadora que sustenta todo o aparato estatal.

Logo, é forçoso concluir que até mesmo para fortalecer as forças públicas e a segurança pública em geral deveria ser permitido o uso de armas por qualquer pessoa após regular e instituído exame psicológico para esse fim específico: O de verificar se o interessado em possuir arma de fogo de defesa tem efetivo domínio das comuns emoções do dia a dia.

E esse exame deveria ser feito pelos próprios organismos de segurança pública no propósito de real verificação da capacidade do interessado. Caso esses órgãos entendessem que o exame poderia ser feito por qualquer outro profissional, deveria disso declinar ou mesmo admitir, se for o caso, o exame por ambos os regimes: Público e privado.

E a pergunta que nunca é respondida: Por que os legisladores e as demais autoridades suprimiram da cidadania o sagrado direito de defesa? Como é que os bandidos podem portar quaisquer armas de fogo e os cidadãos não podem portar sequer uma singela garrucha? Que espécie de interesse esse comportamento estatal representa?

Que outra espécie de submetimento estatal é essa em que quem manda é o bandido que sempre está onde a polícia não está e normalmente com armamento bem mais recente e atualizado do que as autoridades responsáveis pela segurança pública? Alguém não sabe ou esqueceu que o Brasil é o segundo maior fabricante de armas leves do Ocidente? E o quarto maior exportador de armas leves do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, Itália e Alemanha?

Isso não é cinismo, isso não é incoerência política, isso não é desgoverno? Ou a mescla de tudo isso?

É preciso atitude, é preciso o exercício de ação, pois segurança não cai do céu!

04.08.2015 – 20h42min

* Jurista, Escritor e Jornalista

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 09/08/2015
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