Cegos que veem!

Aonde leva essa loucura, qual é a lógica do sistema, onde estavam as armas químicas, o que diziam os poemas? É com esse trecho de uma música dos engenheiros que eu gostaria de elucubrar. No entanto, antes de tudo, lembrei da frase de um professor: “ Esse é o problema da democracia, todo mundo tem direito a uma opinião, por mais tola e idiota que seja. ”

Eis que surgiu uma gama de doutrinadores, julgadores, excelências na rede social, todos imbuídos dos preceitos da vitímologia, afinal, claro, logo quem é o ser, que em sã consciência se identifica com o acusado, eu não me identifico, claro. No entanto, eu nasci para defender o direito, e bendito seja o santo Deus, que criou minhas mãos para a guerra e meus dedos para a batalha, ou o inverso do que disse. Não estou tentando justificar nem solucionar a conduta de ninguém, porque deveras o que não tem solução, nem justificativa, solucionado e justificado está.

Será que todos estão cegos? Ninguém ver o mal em que está imerso o Pais, a corrupção um tipo evoluído de câncer, corrói a fibra da sociedade, razão pela qual estão desprovidas de confiança as famílias, esquecidas, sofridas, sem qualquer reação.

Logo há tempos disse SARAMAGO: “Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso

que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.” – Ensaio Sobre a Cegueira.

O Estado brasileiro não cumpre a função para qual fora instituído, não garante ao cidadão, segurança, bem-estar, é caótica a situação. Do lado inverso, um bandos de assassinos em potencial clamam pela pena de morte, e redução da maior idade. E eu, apenas um acadêmico que escreve, otário, há quem diga que gentalha, protesto sem alarde, o problema do pais são as imunidades formais e materiais, o foro privilegiado, a sede de competência originaria e não a maior idade.

Um dos maiores crimes é não garantir o acesso à educação, é não procurar meios de coibir a pobreza, que apesar de não ser o carro chefe, é responsável por essa onda torpe e vil de criminalidade que perpetua a polução. O crime é não saber ler, ter uma roupa para vestir, um celular, um computador, não poder prover a vaidade. O maior crime é não ter um mínimo de dignidade, não ter oportunidade de dizer sim ou não. É facil identificar qual o crime, mas e o bandido? Quem é bandido hoje? Um assassino?? Assaltante? Quem fura a fila em uma boate? Quem subornar o guardar por esquecer algum detalhe? Ou um político que desvia os recursos da população? Senhores, todos bandidos, em maior ou menor grau, é muito relativo. Mas não se pode aplicar a pena, quando se é da família, amigos ou irmão.

Todos os dias, noites, horas e segundos, tragédias acontecem no País e no mundo, e logo caem no esquecimento, porque o que vale é a sensação, de manifestar o que não sente, de se indignar com o que não entende. Haverá mais estupros coletivos, crimes horrendos, pois a sociedade prefere executar a tentar não criar os que cometem tais atrocidades, e todos os dias alguém dar à luz a alguém com potencial ao crime, porque não vai ter oportunidade de mudar a situação.

Antes que alguém me chame de defensor de bandido, eu digo: Os fardados não vou defender não, porque o pior crime é aquele cometido por quem deveria evitar.

Vou me esforçar para não criar um, lutando pela oportunidade e justiça, nesse mundo de expiação.

NUNES, Elisérgio.

Elisérgio Nunes
Enviado por Elisérgio Nunes em 06/06/2015
Código do texto: T5267742
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