SECRETARIAS DE BEM-ESTAR ANIMAL

* Nadir Silveira Dias

Há muito me questiono ao ouvir falar sobre o bem-estar animal. E agora uma manchete de jornal eclodiu em espanto. Ela estampa que o pitbull que matou a idosa passa bem. Depois outra em que o pitbull que matou a idosa tem a saúde agravada.

Como é isso? Passa bem o animal que matou a idosa? Agrava-se a saúde do animal que matou a idosa? E pergunto a quem leia se está certa essa relação. Sim, porque aqui me pareceu que o topo da ocupação ou da preocupação é o animal, não o ser humano.

Aliás, eu pensava saber que animal na situação do noticiado precisava ser sacrificado.

E a maior dúvida é como pode haver secretaria de bem-estar-animal quando a saúde humana está tão mal e absolutamente desamparada?

Sim, porque todo e qualquer desarranjo no não atendimento da saúde pública é sempre atribuída à falta de verba. E se bem entendi é assim mesmo. Falta dinheiro para a saúde pública, mas existe para criar secretaria de bem-estar animal. Sim, porque secretarias custam dinheiro. E dinheiro não dá em árvore e tampouco existe notícia de que existam animais com planos de saúde para suportar os custos de manutenção dessas secretarias.

E se caso existisse, como seria? Pelo tamanho do cão? Pela idade? Pela raça? Pela docilidade ou pela ferocidade? Ou pelo índice de mortalidade dos cães ou de seus donos?

E não adianta nem arguir que animais são pessoas humanas porque não são. São seres da Criação para os fins de que se têm notícias desde a mais remota antiguidade.

A sociedade não pode maltratar animais. As pessoas não podem matar animais por maldade. Mas os animais também não podem matar os seres humanos, crianças ou idosos, como sabidamente já têm acontecido, ou qualquer pessoa não idosa.

Aqui, nesse ponto, como em tantos outros, há piscante sinal amarelo, senão intenso vermelho! Você decide!

24.03.2015 – 17h20min

* Jurista, Escritor e Jornalista – nadirsdias@yahoo.com.br

Nadir Silveira Dias
Enviado por Nadir Silveira Dias em 10/04/2015
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