Envelhecer

Vivemos numa sociedade onde a expectativa de vida dos cidadãos, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 73 a 80 anos em média.

Ao mesmo tempo em que se é conhecida a determinação do jovem ocupar espaço na sociedade, cresce também o número de idosos que são não apenas descartados do mercado de trabalho como também da sociedade em geral.

Esse fato suscita uma série de questionamentos sejam na identificação dos fatos geradores como nos desafios enfrentados no que tange ao futuro dos nossos idosos.

Em que pese o crescimento global tão usualmente comentado, é preciso entender que o próprio processo de reconstrução levou ao povo ser mais cauteloso no que se refere ao numero de filhos e houve um melhor investimento em estruturas que favorecem a qualidade de vida das pessoas idosas, aumentando desta forma a idade de sobrevida das pessoas.

Mas como definir em que idade a pessoa é considerada idosa? O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) diz que é a partir de 60 (sessenta) anos.

É difícil de discernir em que momento passamos para a chamada “terceira idade”, pois o processo de envelhecimento varia de caso para caso.

Há pessoas que contam hoje com mais de 70 anos de idade e ainda trabalham arduamente na criação dos netos e bisnetos e por muitas vezes contribuem financeiramente para o sustento da família.

Diferentemente do conceito de antigamente, hoje ser idoso não significa ser considerado a pessoa que está caduca e se preparando para o fim da vida.

O idoso deve ser visto como uma pessoa que traz consigo suas percepções, experiências de vida e acima de tudo merece nosso respeito.

Há de se focar, ainda, que é na velhice que se tem mais perdas e nessas ocasiões que se deve socorrer-se de amigos e parentes para que a depressão não tenha espaço na vida ativa de um idoso.

O idoso de hoje é aquele jovem de ontem que aprendeu valores que carregam por toda vida. Todavia a sociedade é muito focada na juventude e não permite que as oportunidades sejam dadas a todos os indivíduos, e assim o idoso acaba perdendo espaço e não vão em busca de novos conhecimentos.

Muitos são os idosos que apesar de estarem ativos fisicamente, não vislumbram nenhuma possibilidade de aprendizagem por se acharem um estorvo para a sociedade.

Não podemos esquecer também dos idosos que se encontram em estado de saúde bastante debilitado e necessitam de uma atenção especial para seus próprios cuidados.

A estes é necessário o auxilio dos parentes mais próximos para que se garanta a dignidade da pessoa humana e que seus direitos não sejam violados.

Cabe aos familiares estreitarem os vínculos afetivos e esmerarem-se nos cuidados necessários com a saúde, asseio, alimentação e lazer.

Esse dever das famílias em cuidar dos seus idosos é regulamentado pelo Estatuto do Idoso. Lembrando que o idoso ao sofrer desafeto pela família perde seus objetivos, envelhecendo e adoecendo mais rapidamente.

Assim há de se observar que muito mais que se fazer valer uma lei é dar ao idoso o tratamento que lhe é merecido independentemente de uma jurisdição, como forma de agradecimento por tudo o que nos fez e como forma de reconhecimento da experiência contida, muitas vezes em lagrimas escondidas.