Vara da Justiça.
Vara da Justiça.
Para ter-se o exemplo de um Juízo Universal, veja e sinta qual a afirmação, a título de proposta, destinada a todos os recantos do Mundo, em todas as línguas, idiomas, e dialetos, causa estarrecimento (ou dúvida), ou causa a busca da harmonia (ou dá a paz):
1.ª -“vou causar a violência”!
2.ª –“vou evitar a violência, não deixar aumentar, vou diminui-la ou extingui-la”!
(pode-se entender violência como dor-sofrimento)
Parece ideia fixa... parece que é, e é... Paradoxalmente, a primitiva violência, ainda hoje, é adotada como forma e meio de evitar e combater a violência...
A expressão “Vara” tem origem na antiguidade, quando alguém era levado da masmora (ainda mesmo antes de) para ser julgado, passando pelo centro da cidade, exposto, deliberadamente, à execração pública como criminoso, com um guardião que ia à frente com um alto e longo mastro (vara) com uma bandeira na ponta para chamar a atenção de todos... – “aí está quem deve ser julgado e sofrer uma punição”!
O afã de ver alguém sofrer porque fez alguém sofrer permanece indelével no tempo: é a chamada justiça – prática do que é do bem, bom, certo e útil (?).
No pressuposto de que a educação [condicionamento, ou bendita lavagem cerebral (v. Ivan Plavov – reflexo condicionado)], consiste, essencialmente, na não-violência, praticar crime representa, no máximo grau de desvalor do bem protegido pela norma, a (im) própria violência. A conduta violenta, por sua vez, é uma anormalidade, ou, como o nome indica, é a concretude de incidência do comportamento reprovado (proibido) pela norma –paticada pelo anormal.
Entretanto, mesmo sendo a violência (como causa de agressão material ou imaterial), repelida, como justificar (tornar justo: plauzível, apoiado, adotado, aceitável por ser do bem, bom, certo e útil) ser a conduta violenta “consertada” com a condenação [condenar: causar dano, ou causar a dor-sofrimento] ?
Curiosamente, até mesmo a educação está fincada, alicerçada, na “punição” (púnico, ou, peverso) como forma pedagógica de orientação: -“não faça isto ou aquilo, caso contrário você será punido”! Quando poderia ser: -“não faça isto ou aquilo para não causar dano, prejuízo, ou a dor-sofrimento”!
Mas como “orientar” que a dor-sofrimento não deve ser causada... se no mais elevado lugar onde a violência é apreciada e julgada como reprovável acaba sentenciando a dor-sofrimento para quem a praticou? NA VARA DA JUSTIÇA !
Mesmo que a justiça seja feita no dia-a-dia pelo indivíduo comum [v. “Justiça justa” – www.recantodasletras], é contraditória a não-violência com violência ...
Especulando o “nascimento” da violência, tendo o Código de Hamurabi como referência, certamente, de início, verificou-se que a“natureza pune” quem contraria as suas leis. Sendo o Homem integrante da natureza, punir (ou responsabilizar) seria a resposta para quem descumpre o dever ou obrigação.
Todavia, a Natureza não valoriza, não estabelece o que vale e o que não vale. Isto – valorizar –, é tarefa da natureza humana: o único ser sensível que sabe que vai causar a dor-sofrimento e causa...
Enquanto a Natureza tem a dor como instrumento de defesa da vida (na manutenção do ciclo natural: nascer-viver-morrer), e inclusive como ensinamento (condicionamento) natural, como sinal de que algo está em desequilíbrio, ou seja, como efeito de uma desarmonia no corpalma, já a dor-sofrimento provocada, ou causada pelo Homem, é um erro, uma distorção interpretativa da própria Natureza – que “não quer a dor de ninguém (nem dos animais em geral)”,pois a inexistência da dor significa que a trajetória do ciclo vital está em vias de ser cumprida...[v. “Força vital” – www.recantodasletras].
Além do indivíduo violento que se submete à violência institucionalizada, a sociedade, como um todo, também confirma que a violência é o eficaz e eficiente “remédio’ contra a violência – banalizando a violência, ou tendo-a como sendo da “natureza humana” – quando é tudo o que não se quer...
Enfim, enquanto a Natureza conspira para a manuteção da força vital, até onde se sabe, em todo o Universo, tendo a dor como um fato de sua proteção, o Homem, “distraidamente”, aplica a dor (quando não mata) para fazer sofrer e evitar e expugar a violência...
A esperança está em que se o único ser sensível que sabe que vai causar a dor-sofrimento e causa... o Homem pode evitá-la, impedir que se agrave, reduzi-la, ou extingui-la.
Se tudo começa na mente... [v. “Leio mente” – www.recantodasletras]- –“o céu esteve, está, e estará sempre cheio de pessoas com boa intenção”!
Bjs.
Niterói, RJ, 25/07/2013.
Ass. Rodolfo Thompson.
Ps.Substituir hospitais, com atendimento de emergência, por presídios e delegacias, e, policiais e juízes, por enfermeiros e médicos, seria um bom começo... para interromper a espiral de violência estabelecida há milênios!...
Ps.2 Em dúvida sobre a Fé no Amor, ou a Fé em Deus, v. Hebreus 11,1 [v.“Francisco vital”- www.recantodasletras] , ou leia Ghandi.
Ps.3 Às 11h55, de 25/07/2013, acabo de ver/ouvir a mensagem do Papa Francisco, que se encontra na comunidade da Varginha, no Rio de Janeiro, que merece a atenção, reflexão, e prática: -“A violência só pode ser vencida a partir da mudança do coração humano”.