VELHO DOS CABELOS BRANCOS Como diria Lulu Santos: “Tudo muda, o tempo todo, no mundo”
VELHO DOS CABELOS BRANCOS
Como diria Lulu Santos: “Tudo muda, o tempo todo, no mundo”.
Quando os primeiros fios de cabelo branco se entremostram alerta à passagem do tempo, nos sentimos ofendidos pela insinuação de que estamos envelhecendo. E apressamo-nos a arrancá-los como protesto e rejeição indignada contra o despótico comando do Tempo, (o ciclo da vida em nosso planeta), sempre apressado em nos roubar ilusões.
È a eumelanina que dá a coloração castanha e preta aos cabelos, enquanto a feomelanina é responsável pelos cabelos loiros e ruivos. O tipo de melanina que um individuo tem é controlado por células pigmentares, que por sua vez são determinadas pelos genes. Com o processo de envelhecimento, estas células pigmentares localizadas na base dos nossos folículos capilares param de produzir melanina; sem ela os cabelos se tornam brancos.
Os jovens, geralmente, encaram os cabelos brancos com desprezo, ou piedade, se possuem índole mais nobre e humanitária. Raramente, os consideram quem os possui como criatura de sua própria espécie. Não conseguem captar e assimilar a ternura de quem viveu os mesmos sonhos, o mesmo sofrer e lutar para vencer seus medos e fraquezas. Tal como eles, jovens, sonham, sofrem e lutam. Como se a diferença de idades os tivessem separado como espécie e irmãos.
As crianças, ainda imunes a preconceitos que os isolem das gerações anteriores, essas aceitam com naturalidade o encontro fraterno com a velhice. Cabelos brancos dos chamados “velhos”. Como uma bandeira de paz galhardamente ostentada como vitória alcançada. Prova de que o campo de luta pela vida não foi abandonado por fraqueza ou covardia. Cada fio que esvoaça à brisa leve ou placidamente se submete ao pente tem história própria para contar. Pode ser uma história engraçada ou triste. Comovente ou vulgar. Revivendo momentos de encantamento íntimo, não revelados nem divididos. Queixas e dores não compartilhadas. Revoltas sufocadas. Abismos instransponíveis, cavados por silêncios de orgulho ou medo de reconhecer os próprios erros. Vitórias inesperadas ou instantes de alegria e felicidade a intercalar o rosário de decepções e fracassos que todos idosos vivenciaram. Enfim, a odisséia do viver humano. Que conhecemos por experiência própria ou iremos conhecer.
Recebendo e retribuindo, com a mesma espontaneidade, a paz e o amor resguardados no coração dos velhos com a sua pureza intocada. Eles com sua vivência dulcificada pelo perdão. Fechando assim, em perfeita comunhão, o ciclo da vida em nosso planeta.
PARA PENSAR: “Os homens podem dividir-se em dois grupos: os que seguem em frente e fazem alguma coisa e os que vão atrás só para criticar” Sêneca