OS SECREDOS DE UM SÍNDICO PROFISSIONAL
Administrar conflitos entre os moradores e reduzir custos administrativos. Esses talvez sejam os grandes desafios que compõem a rotina de trabalho de um síndico que se pré-dispõe a atuar à frente de um condomínio, seja ele vertical (apartamentos) ou horizontal (casas individuais).
Embora aos olhos alheios tais ações pareçam fáceis, esses empreendimentos requerem algumas habilidades da pessoa que assumiu tal tarefa. Uma delas é a capacidade de dialogar com as pessoas que compõem o conjunto de moradores do residencial, abrindo um canal de comunicação entre todos para que haja entendimento e, ao mesmo tempo, o condômino sinta-se co-agente do processo de administrar os destinos do condomínio.
Entendo que sem a criação desse canal de entendimentos, dificilmente o síndico obterá sucesso nas suas empreitadas, primeiro porque não se consegue fazer nada sozinho; segundo (o mais importante), a maioria das decisões, a serem tomadas, precisam ser votadas e aprovadas pela maioria dos moradores.
Assim, o segredo para o sucesso é o respeito a todos e, quando houver um princípio de incêndio, oriundo de quizilas entre vizinhos, optar pelo entendimento, sem tomar partido, mas fazendo valer, se for o caso, aquilo que está determinado na convenção e na legislação específica para condomínios.
O síndico profissional não pode se deixar levar pelas emoções, mas deve agir com racionalidade e clareza de idéias. Além disso, recomendo que a pessoa seja muito observadora do cotidiano a sua volta. Esse, aliás, é o segundo ingrediente para se obter êxito nesse cargo.
Quanto à questão financeira, procurar reduzir custos o mais que puder, sempre buscando soluções criativas, inovadoras e que resultem em economia tanto para o condômino quanto para o próprio residencial.
Assim, sou contra a idéia de que para cobrir custos seja necessário aumentar a taxa condominial. É isso que o governo faz com a sociedade organizada, quando há rombos nos cofres públicos, ao invés das autoridades buscarem saídas inteligentes, os políticos penalizam a população economicamente ativa com mais impostos.
Sou contra essa postura e acredito que a solução para conter a inadimplência, num primeiro momento, é procurar reduzir a taxa do condomínio, fazer todo o tipo de economia que puder. Num segundo momento, buscar o caminho da lei, fazendo valer as regras do mercado.
Todavia, reduzir o desperdício de água é fundamental também. Para isso, o síndico deve verificar se há vazamentos nas unidades ou na área comum. Observar ainda se não há ponto de fuga de energia elétrica.
Outras soluções: sistematizar o uso das portarias e, se possível, optar por portões eletrônicos e interfone para até mesmo reduzir número de funcionários.
Noto que uma das opções adotadas, atualmente, pelos residenciais é a terceirização dos serviços de segurança, pois evita que o condomínio tenha que recolher as obrigações trabalhistas e, no momento de uma dispensa, a situação é menos traumática.
Enfim, acredito que até o lixo pode resultar em um pequeno lucro para o condomínio, se o síndico implantar a coleta seletiva e vender o material reciclável às empresas do ramo. Esses são alguns dos cominhos possíveis. Mas, é bom que fique claro que o síndico não administra a vida do condomínio sozinho. Sem o espírito coletivo, todas as propostas caem por terra. É preciso haver solidariedade, respeito e profissionalismo. Só assim a convivência em grupo será satisfatória.
Eis o recado!
Douglas Lara é o idealiazador da semana do escritor de Sorocaba
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