Questões de segurança deixam todos inseguros!
Observem o diálogo a seguir:
A empregada – Dona Isabel, o moço veio buscar o DVD para consertar.
A patroa – O quê? Que moço? Não estou entendendo!
A empregada – O técnico que conserta aparelho estragado, ele esteve aqui no prédio e disse que o seu Guedes havia pedido para ele pegar o tal do DVD para arrumar.
A patroa – Mas, Catifunda, não havia nada de errado com o aparelho, pois é novo, não tem nem um mês que foi comprado.
A empregada – Xi, acho que fiz besteira!
Na verdade, fez mesmo, pois a empregada entregou o aparelho para um falso técnico, que entrou no prédio e faz a mala. O problema rendeu muito bafafá e virou assunto de reunião de condomínio, pois foi constatado que o gatuno de plantão não tinha sido identificado pelo porteiro do prédio.
Pasmem vocês, esse fato ocorreu em Sorocaba e num residencial que tem portaria 24 horas, mas que, infelizmente, não tinha câmaras de segurança. Sabe que o profissional do crime aproveitou-se de um descuido dos seguranças, durante a troca de porteiros para agir e, num só dia, levou para casa três aparelhos de um mesmo condomínio. Por questões éticas, conto o milagre, mas não conto o santo!
Como dizem, hoje não dá para confiar em ninguém, nem mesmo em um ingênuo entregador de pizzas, pois um outro condomínio, este horizontal, quase foi invadido por dois motoqueiros que tentaram se passar por entregadores de pizzas. A sorte é que um dos vigias percebeu algo suspeito e acionou o alarme, botando os pungas para correr.
Sabe, também, que no Rio de Janeiro aconteceu algo semelhante, mas os assaltantes tiveram mais sorte porque um dos porteiros era conivente com a ação, descoberta só mais tarde pela Polícia, depois que a dupla tinha evadido do local levando um Honda Civic com os pertences de várias famílias.
Essas histórias são de arrepiar os cabelos dos carecas, pois atualmente, embora os moradores invistam em segurança, esse assunto ainda deixa muita gente insegura. Isso ocorre porque os condôminos estão, na verdade, nas mãos de terceiros, no caso em questão, os vigias, seguranças, porteiros e, mesmo com a terceirização desse serviço, a inquietação é grande.
Por lei, vigia de condomínio não pode portar arma de fogo, mas bandido pode! A única arma do vigia é o telefone que nem sempre funciona direito nas horas de emergência.
Outra questão polêmica, geralmente, os porteiros, quando não são treinados, acabam passando todas as informações sobre os moradores dos residenciais, do tipo: onde trabalham, que hora chegam, que hora saem, quem são os filhos, enfim, a ficha completa a estranhos.
Há também aqueles que simplesmente não sabem o que estão fazendo na portaria. Vejam:
Porteiro – Seu Munir, procuraram pelo senhor!
Morador – Ah, quem?
Porteiro – Não sei!
Morador – Deixou recado?
Porteiro – Também não perguntei!
Pode uma coisa dessa? Isso acontece direito no dia a dia dos condomínios. Porteiros desatentos, vigias que dormem em serviço, funcionários que não anotam recado e passam informações sobre os moradores para estranhos. Além, claro, da fofoca que rola solta entre os porteiros. Assunto que também merece uma reflexão e um puxão de orelha nessa turma que não faz direito o serviço.
Muitos nem orientam os visitantes sobre a regra primordial dos condomínios: deixar os carros na garagem. Muito pelo contrário, na maioria das vezes, não identificam os visitantes e ainda passam informações erradas sobre a localização de apartamentos ou número de casas.
Lógico que não podemos generalizar. Há porteiros e porteiros, mas a reclamação sempre se impõe com maior freqüência. Portanto, recomendo que as empresas que prestam esse serviço passem a orientar seus funcionários, para que os moradores não sejam vítimas de ações desagradáveis. O diálogo é fundamental. E regra básica: porteiro e vigiam devem estar atentos ao que estão fazendo, pois a segurança dos moradores depende da qualidade do serviço que é prestado. Amigos, até a próxima! Tenham uma excelente semana!
Douglas Lara é o idealizador da Semana do Escritor de Sorocaba