ALERTA: PLÁGIO AINDA É CRIME!
Durante a semana que passou, estive conversando com a poetisa Maria Antônia Canavezi Scarpa sobre possíveis 'roubos' de textos na internet. Aliás, esse terreno é, na verdade, um território de ninguém!
Porém, categoricamente ela contou-me que isso já tinha acontecido com ela.
Então, comentei: isso nunca ira acontecer comigo!
Então, ela afirmou: cuide-se.
Todavia, para meu espanto, hoje, vejo uma notícia num jornal de Jundiaí sobre um plágio com conhecido poema parnasiano Olavo Bilac, que em concurso ficou em apenas 35º lugar. Tádinho!
Recuperado do susto, comecei a pensar nas falsificações de obras de arte, de dinheiro, jóias e roubos de idéias que existem e sempre existiram. Isto faz parte do noticiário diário.
No entanto, fiquei triste ao saber que, devido ao ocorrido, o concurso não irá mais ocorrer.
Tal situação é assustadora, porque num mundo onde as idéias não são valorizadas e um concurso de poetas e escritores nada mais é do que uma mera comparação daquilo que cada um escreve e que pode ser o ponto inicial de uma carreira brilhante ou não, temos que pelo menos ficar indignados e tornar público o que aconteceu em nossa região.
2/11/2006
Plagiado, poema de Bilac fica em 35º lugar em concurso de Jundiaí
“O Pássaro Cativo”, conhecido poema de Olavo Bilac - jornalista carioca nascido em 1865 e membro fundador da Academia Brasileira de Letras - foi classificado em 35º lugar no Concurso de Poesia realizado pela Associação Preservação da Memória da Companhia Paulista, de Jundiaí. O poema foi enviado por um dos participantes, que assinou com pseudônimo, conforme exigia o regulamento. Após a classificação de 50 poemas e publicação em revista, a falha da organização foi percebida.
“A primeira edição do concurso foi decepcionante. Ficamos frustrados e não vamos mais realizar uma próxima edição no ano que vem em função do que ocorreu, mas não desmerecemos os outros classificados. Infelizmente só percebemos que era o poema de Olavo Bilac quando a revista já estava impressa”, lamenta o presidente da associação, Eusébio Pereira dos Santos.
De acordo com a escritora Júlia Fernandes Heimann, que participou da comissão julgadora do concurso ao lado das poetisas Valquíria Gesqui Malagoli e Renata Iacovino, o texto passou despercebido entre outros 96 recebidos pela associação. “Fizemos um documento assim que percebemos o equívoco e o participante não recebeu o prêmio. Isso acontece em alguns concursos; não é inédito pois já recebemos poemas de Vinícius de Moraes, por exemplo. A gente nunca imagina que uma pessoa pode ter uma atitude dessa e também não temos um computador na cabeça pra lembrar dos poemas de autores conhecidos. O concurso exigia apenas poesias inéditas, com temática livre”, justifica a escritora.
Um dos participantes do concurso escreveu ao Jornal de Jundiaí Regional para relatar o equívoco cometido pela organização. “(...) Com tristeza verificou-se uma falha imperdoável com a publicação e classificação de uma concorrente plagiando o poeta Olavo Bilac. (...) Espero que, numa próxima vez, tomem o cuidado necessário, e não deixem acontecer fatos semelhantes, pois a iniciativa de promover o concurso é causa nobre e muito útil para as pessoas que a isso se dedicam”, comenta Antonio Arruda, cujo poema não foi classificado.
Paula Mestrinel
Fonte
A notícia foi registrada http://www.portaljj.com.br/interna.asp?Int_IDSecao=4&Int_ID=4072 pela amiga/jornalista Paula Mestrinel, profissional de muito valor que sempre prestigia eventos literários de Sorocaba. Conto um segredo: a Paula, quando não escreve profissionalmente, costuma manuscrever suas lindas cartas com aquela letra de professora que, antes de tornar-se jornalista, foi professora e deve ter alfabetizado muitas crianças. Daquelas professoras que todos nós gostaríamos de ser alunos.
O recado foi dado!
Parabéns e votos de felicidades para Maria Antonia e Paula.
E que os gatunos de plantão fiquem distante de todos nós
Uma ótima semana a todos.