DE GERRILHEIRA A PRESIDENTE

DE GERRILHEIRA A PRESIDENTE

EVILAZIO RIBEIRO

Valorizar pessoas e instituições que se destacaram de forma positiva, além de gesto de reconhecimento, é uma forma de perenizá-las e tomá-las como exemplos a seguir: É um ótimo sinal quando o exercício de relacionar exemplos positivos que se presentaram devido ao bom estoque de personalidades e instituições que se encaixam neste “figurino do bem”. É indício de que, em meio a tantos problemas e dificuldades a vencer, o Brasil pode encontrar na sua gente e na sua história o combustível e a motivação necessários para prosperar.

Sai Lula com 86% de aprovação popular, a maior do mundo, segundo o CNT/Sensus, entra Dilma Rousseff, mineira, 62 anos, com a promessa de dar continuidade ao governo. Governo esse que é recorde de aprovação, mais que foi incapaz de unir forças com os Estados e melhorar a saúde e a segurança pública do país. Infelizmente os corruptos ainda estão no poder e Dilma tem a missão de mudar os rumos da política nacional, fazendo com que todos nós aprendamos que a política serve para o bem comum de todos e não apenas para enriquecer ainda mais os poderosos.

No Brasil, as expectativas em torno do governo que se inicia têm particularidades que distinguem os desafios postos diante da senhora Dilma Vana Rousseff. Entre tantos outros, apresentam-se como relevantes a própria herança que a presidente recebe de um governo exitoso na gestão da economia e a inevitável comparação com os altos índices de popularidade de seu antecessor. Dilma Rousseff terá de pôr à prova, já nos primeiros dias, a capacidade de dar ao seu governo uma feição própria e ao mesmo tempo assegurar continuidade às conquistas de oito anos da administração do senhor Lula da Silva.

A nova presidente sabe que será confrontada também com o que deixou de ser feito. O Brasil que cresceu anualmente 4% em média durante o governo Lula, que reduziu a taxa mensal de desemprego a 5,7%, o nível mais baixo desde 2002, que consolidou a estabilidade e oportunizou o surgimento de uma nova classe média é, também, uma nação com deficiências em várias áreas. Confronta-se o novo governo com a realidade da carga tributária elevada e desigual, com juros incompatíveis com uma economia estável e com um setor público gigantesco, desproporcional na sua tenacidade arrecadadora e nas suas limitações em transformar receitas em serviços de qualidade, na área da saúde, que exige mais prevenção e pronto-atendimento para que se torne, de fato, universal, nas deficiências do suporte federal para que se qualifique a educação básica a cargo de estados e municípios e nas sempre paliativas soluções para a segurança.

O Brasil que passa a ser comandado por uma mulher é, também, a nação que, por omissão compartilhada por Executivo e Congresso, ainda aguarda um gesto político forte que conduza a reformas, na própria política, para que se fortaleçam partidos de fato representativos, na área tributária, em nome de impostos mais justos e equânimes, e na Previdência Social, com o objetivo de garantir a sobrevivência de um sistema de seguridade deficitário.

È o desejo de todos os brasieleiros que comece, de fato, um novo tempo, em que os desafios serão enfrentados e vencidos para sermos “grandes”. É o que esperamos!

PARA PENSAR: “Nenhum ato é tão privado que não procure aplauso” John Updike

evilazioribeiro
Enviado por evilazioribeiro em 02/01/2011
Reeditado em 03/01/2011
Código do texto: T2705303
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