CANTIGA

 

Minha alma peregrina,

que vagueia na campina,

busca achar ventura e sonho.

 

Rima rica, rima nobre,

as minhas são muito pobres,

pobres os versos que componho.

 

Quero apenas tão somente,

quebrar o silêncio indigente

de minh'alma encarcerada.

 

A minh'alma, antes pura,

vive agora em amargura,
á sua frente vê nada.

 

Deixo, pois, que a voz se eleve

num cantar preciso e breve,

canto de amor e de paz.

 

Perdão eu peço - confesso,

em tom profundo expresso

toda dor, todos meus ais.