PÁGINAS VIRADAS
Nos cômodos escuros de minha alma
Guardo nas gavetas do tempo
As páginas viradas, vividas.
No templo encantado de meu coração
Guardo no altar do devenir
As páginas rasuradas, surradas.
Nas sanguíneas veredas do destino
Guardo no pulsar do viver
As páginas chagadas, doridas.
No olhar esverdeado da esperança
Guardo no cristalino utópico
As páginas lacrimejadas, puras.
No sorriso escancarado da bonança
Guardo nos lábios balbuciantes
As páginas cantadas, desafinadas.
Nos cômodos iluminados de minha alma
Guardo nas provetas do tempo
As páginas a versar, vívidas.