FIAPOS DE LUZ

Receei quando o sol se recolhia,

Deslisando nas costas das montanhas,

Partindo solene para a outra face.

A noite rompeu enlutada e infinita,

Cegando-me, igualando, tendo-me.

Estrelas: fiapos de luz no érebo teto.

A lua minguante olhava para outro lado.

Isolando-me, mas inerente em meu redor.

Eu, árvores, pedras, rios... tudo inconho.

O manto inconsútil da matéria é trama

Que se torna objeto ao chegar o sol,

Quando a exteligência - sujeito - viceja.

Receei quando o sol em luz surgia,

Escalando nas costas das montanhas,

Parindo solene as minhas fantasias.

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 25/03/2022
Reeditado em 26/03/2022
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