COMEÇO
Penso o quê? Não penso nada,
nem estou apaixonada,
como dantes eu queria.
Mas cheguei à conclusão,
não me traz nada de bom,
sequer me penitencia.
Vou vivendo como posso,
rezando meus Padres Nossos,
me consola, me alivia.
Desses grilhões pesados
que arrasto, são meu fado,
às vezes dor, agonia.
Porém tudo, tudo passa,
e eu vejo, ainda, a graça
que há no nascer do dia.
Louvado, pois, então seja,
faço um brinde com cerveja,
à vida que se inicia.